Aconteceu nos dias 28 e 29 de julho o curso “Novo Manual ONA de Acreditação”, promovido pela Femipa. Profissionais do Instituto de Planejamento e Pesquisa para Acreditação de Saúde (Ipass) foram os palestrantes. O encontro serviu para atualizar os profissionais dos hospitais com relação ao novo manual e trazer os processos críticos que impactam diretamente na segurança do paciente e das pessoas que atuam nas instituições de saúde. Gestores de hospitais do Brasil inteiro vieram à capital paranaense para acompanhar o curso. Todos ficaram muito satisfeitos e a opinião geral foi de que será mais fácil pensar em medidas para garantir a segurança de todos.
Para Fábio de Araújo Motta, presidente do Instituto de Planejamento e Pesquisa para Acreditação de Saúde (Ipass), esse curso é fundamental para os hospitais que têm interesse no processo de acreditação, porque traz a atualização do novo manual da ONA de 2014, que vem com muitas modificações significativas.
“É um manual bastante desafiador, com muitos pontos que, no Brasil, precisamos vencer. A metodologia do Ipass é apresentar as mudanças no cunho prático. Conseguimos reunir profissionais de excelente capacidade, que trouxeram nesses dois dias de curso um conteúdo muito rico e voltado para a prática transformadora dessa realidade que temos hoje, do grande desafio que é lidar com a saúde. Também tivemos a possibilidade de compartilhar muitas experiências. Estamos bastante felizes e agradecemos muito a confiança. Esperamos reforçar cada vez mais essa parceria, para termos novos encontros relacionados a esse tema”, reforça.
Na opinião da superintendente do Ipass, Josiane Vivan, o grande diferencial do curso é trazer profissionais com expertise nas áreas específicas das mudanças do manual. Isso, segundo ela, enriquece o trabalho. “Trouxemos palestrantes médicos, enfermeiros, farmacêuticos, especialistas na área de segurança do paciente. São vários profissionais, cada um com uma expertise. O público foi fantástico, porque interagiu e questionou, e isso foi muito interessante para o sucesso do evento”, define.
Denise Jorge Munhoz da Rocha, enfermeira do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e avaliadora líder da ONA no Ipass, diz que com relação à segurança do paciente no Brasil, os hospitais estão atrasados em comparação com outros países, como os Estados Unidos, que deram um grande passo nessa preocupação. “No início dos anos 2000, os EUA publicaram um relatório, o IOM (Institute of Medicine), decorrente de estudos em diversos hospitais americanos que apontaram para uma realidade de erros e eventos adversos relacionados à assistência à saúde. No Brasil, a mobilização maior começou em 2011, com a Resolução 63 da Anvisa, que trouxe muitos pontos sobre as práticas mais seguras. Agora, cada vez mais a Organização Nacional de Acreditação (ONA) vem se aprimorando para garantir medidas e ações que evitem os erros. Muita coisa que parece óbvia, como o erro de medicação, no dia a dia acontece. Vejo que estamos no caminho certo para trazer mais segurança aos pacientes e aos profissionais de saúde”, completa.
Opinião dos participantes
Para Simonne Simioli Ferraz, diretora geral Hospital Universitário Cajuru, um curso como esse é muito importante, porque uma instituição de saúde, hoje, não consegue sobreviver sem ter a visão da qualidade. “Realmente a qualidade na assistência, na gestão, nos recursos humanos e na infraestrutura física e tecnológica influencia diretamente nos resultados de um hospital. Hoje, inclusive pelas experiências que conseguimos trocar aqui neste curso da Femipa, vemos que junto com a qualidade, precisamos também usar a criatividade. O recurso financeiro, claro, é muito importante, mas não é só isso. Este curso serviu para dar dicas e mostrar os procedimentos presentes no manual que mais beneficiam o paciente e toda a estrutura hospitalar”, comenta.
Rogério Valadares Rego, administrador do Hospital Doma Medicina Avançada, de Anápolis (GO), diz que o evento serviu para fortalecer tudo aquilo que a instituição almeja com relação à qualidade. “Compramos o manual ONA 2010 e nunca havíamos conseguindo destrinchar o material como aconteceu nesses dois dias de curso. O conhecimento tornou-se plausível para nós. Agora, tenho certeza que nós vamos conseguir a acreditação. É muito importante ter a qualidade como ponto de partida, porque isso vai fazer com que a comunidade entenda que o nosso hospital é acreditado, que realmente tem segurança nos processos. Depois do curso, vejo outra realidade. Sabemos o que queremos, sabemos o que buscar e quais ações teremos de tomar agora”, explica.
No Hospital Cruz Vermelha, a diretora administrativa Meri Barth conta que há algum tempo eles estão implantando a gestão da qualidade. Nos últimos anos, fecharam uma parceria forte com a diretoria técnica. “Isso vem contribuindo, porque cada vez mais estamos envolvendo a parte médica, assistencial e de enfermagem. Passamos por um novo momento no hospital e os multiplicadores estão inseridos nos processos. O manual vem de encontro a isso. Vamos buscar a acreditação e esse curso, sem dúvida, ajuda nesse momento. O evento valeu a pena, pois pudemos trocar experiências e ver a realidade de hospitais que já são acreditados”, garante.
E quem já tem certificação também participa, mas com outro objetivo. É o caso do Hospital Nossa Senhora das Graças. Marcella Fernanda de Barros, gerente de qualidade e planejamento da instituição, conta que eles querem se atualizar quanto às mudanças do manual. “Os processos no Brasil estão ficando mais próximos dos padrões internacionais, por isso as alterações da ONA. Percebemos que há uma necessidade de atualização da equipe. Temos visões diferentes, porém complementares. O curso trouxe bastante clareza nas informações. Estamos trabalhando alguns pontos que precisamos rever dentro do hospital e outras situações que precisam ser aprimoradas. Agora vamos pensar em como repassar todas as informações que conseguimos aqui para os demais colaboradores do hospital, que também estão envolvidos no processo da qualidade”, finaliza.
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