A dinâmica do mercado de Saúde Suplementar exige que haja uma revisão contínua do modelo de gestão adotado pela operadora de planos de saúde e as soluções disponíveis. A afirmação é do presidente da São Cristóvão Saúde, Valdir Pereira Ventura, que será um dos palestrantes do último painel do XII Congresso Nacional das Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, que acontece no dia 22 de junho, às 14h, que vai tratar sobre “Ferramentas de Gestão”. Em entrevista à CMB/Rede Saúde Filantrópica, Ventura explicou que o objetivo da revisão do modelo de gestão é, no mínimo, atender o rol de procedimentos estabelecido pela ANS e manter a competitividade da organização no mercado.

De acordo com o presidente da São Cristóvão Saúde, por ser uma instituição filantrópica, a entidade enfrenta muitas dificuldades, já que o foco não está no lucro, mas em resultados positivos, que possam transformar as ações da Filantropia em parceria SUS. “Ainda assim é um modelo competitivo que requer algumas variáveis, como competência administrativa e governo”, afirmou.

Ventura disse ainda que, atualmente não existe uma ferramenta única no mercado que atenda todas as demandas das operadoras, criando assim, a necessidade do uso de diversas ferramentas. “O principal desafio dos executivos está no melhor uso e integração das ferramentas. O São Cristóvão Saúde, por exemplo, tem ferramentas de gestão da qualidade, gestão financeira/orçamentária, gestão do sinistro da carteira, gestão de pessoas, gestão de leitos, gestão de calibração/manutenção de equipamentos, portais de indicadores e o alinhamento do planejamento estratégico institucional”.

Contudo, segundo o presidente, é essencial ter um monitoramento dessas ferramentas, com periodicidade estabelecida, promovendo reuniões com participações dos gestores, por meio das apresentações de resultados e ações. De acordo com a análise dos resultados, é indicado que seja feita a revisão da estratégia, conforme a demanda institucional.

A São Cristóvão Saúde estabeleceu sua estratégia de mercado a partir de movimentos clássicos da administração, como o Ciclo PDCA (do inglês Plan, Do, Check e Act – Planejar, Fazer, Checar e Agir). A metodologia PDCA é largamente utilizada por corporações que desejam melhorar seu nível de gestão através do controle eficiente de processos e atividades internas e externas, padronizando informações e minimizando as chances de erros na tomada de decisões importantes. Mesmo assim, Ventura recomenda dedicação para a elaboração do planejamento estratégico. “É preciso investir o tempo da liderança e de todo o corpo gerencial da organização para discutir e planejar as ações e estratégias. Depois, o fundamental é acompanhar, avaliar o negócio e as interferências internas e do mercado, para que sejam incorporadas soluções e ferramentas para garantir um bom modelo de gestão”, explicou.

A ferramenta de gestão escolhida também pode impactar nos custos da operadora. Ventura explicou que o uso de adequado e correto das ferramentas de gestão determinam a curva de ganho ou perdas. “Cabe a nós Executivos perseverar sobre o planejamento traçado buscar a maximização dos resultados. Os executivos precisam ter os Indicadores-Chave de Desempenho (KPI) e os painéis de indicadores (dashboards) em mãos para garantir uma gestão de sucesso”, afirmou.

O primeiro passo para a gestão das operadoras, segundo Ventura, é cumprir as obrigações e exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Apenas após atender esses critérios a empresa pode avançar na qualificação, isto é, buscar uma acreditação para o aprendizado nos processos administrativos e assistenciais.

Ele ressaltou também que a ANS poderia promover mais encontros com os executivos das operadoras para alinhar a melhoria do segmento. Por outro lado, a rede prestadora credenciada também influencia na qualidade dos serviços oferecidos pela operadora. “Os movimentos que a ANS vem fazendo para promover a qualificação das operadoras padroniza a rede em alto nível, o que, por consequência, promove a segurança, a qualidade ao paciente e a fidedignidade da informação”.

Fonte: Rede Saúde Filantrópica