As sucessivas reduções no orçamento da Saúde preocupam os hospitais privados que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde. Em maio, foi anunciado um corte de R$ 11,8 bilhões na verba do ministério. No fim de julho houve nova tesourada, de R$ 1,18 bilhão.

As entidades já estão fechando as portas, diz Francisco Balestrin, presidente da associação de hospitais privados do Brasil. Foram 286 instituições em cinco anos, “A preocupação é que o ritmo se acelere”, afirma. Os cortes deveriam acontecer em áreas menos sensíveis do que a saúde, afirma.

As Santas Casas, que atendem cerca de metade dos pacientes do SUS, estão entre as mais prejudicadas, diz ele.

Os hospitais precisam pedir ajuda à comunidade para se manterem, afirma Edson Rogatti, 64, da Confederação das Santas Casas de Misericórdia do país. A soma das dívidas das entidades no país chega a cerca de R$ 19 bilhões. O principal problema é que o SUS paga pouco pelos procedimentos, diz. Para fazer um parto normal, um hospital tem gastos de R$ 1.500, mas o governo paga R$ 580.

Em média, os pagamentos do governo representam cerca de 60% dos custos. A tabela não tem reajustes há dez anos, afirma Rogatti. Com a inflação e o aumento na conta de luz de 2015, a situação piorou muito, diz.

O medo dele é que no fim deste ano haja um colapso no atendimento aos pacientes do SUS na rede privada.

Fonte: Anahp