Duas candidatas, as da Pfizer/BioNTech e da Moderna, são feitas a partir do RNA, que é uma molécula que degrada com facilidade e, por isso, requer mais cuidados de armazenamento: o imunizante precisa ser mantido em uma temperatura inferior -70° C durante o transporte, para que não perca sua eficácia.
“O RNA é uma molécula fácil de sintetizar, trabalhar com ela é relativamente barato, tem muitas outras vantagens. Mas há um único problema: o RNA é uma molécula que degrada com facilidade e, por isso, requer mais cuidados de armazenamento”, explica a microbiologista Natalia Pasternak.
No começo de novembro, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou que os países nas Américas ainda não estão prontos para receber vacinas contra a Covid-19 baseadas em RNA.
Treinamento dos profissionais e insumos
Além das doses da vacina, o Brasil também precisa treinar os profissionais que vão trabalhar na linha de frente da campanha de vacinação e comprar insumos. “Vamos precisar de seringas, agulhas, materiais de embalagens. Tudo isso requer uma preparação”, diz Kfouri.
O Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, anunciou em outubro que vai reservar 520 milhões de seringas até o final do ano para garantir o abastecimento quando uma vacina contra a Covid-19 estiver pronta. Até 2021, o plano é chegar a 1 bilhão de seringas.
Segundo o Unicef, o objetivo é garantir que as seringas cheguem aos países antes das vacinas. “Vacinar o mundo contra a Covid-19 será um dos maiores empreendimentos em massa da história da humanidade e é preciso agir tão rápido quanto a produção de vacinas”, alertou a diretora-executiva Henrietta Fore.
Comunicação e planejamento
“É fundamental para que a gente comunique adequadamente a população, a importância da vacinação, como será o calendário, como será organizada a campanha. Isso é extremamente necessário”, alerta Kfouri.