realEm comissão geral que debate neste momento o programa Mais Médicos, o líder da minoria, deputado Nilson Leitão (PSDM-MT), cobrou uma melhor distribuição dos recursos da União para beneficiar ações de saúde em todo o País. “Nos últimos anos, cerca de R$ 10 bilhões em restos a pagar da Saúde deixaram de ser pagos”, disse.

Ele criticou o fato de o governo federal “abocanhar 70% de tudo que se arrecada no País e não compartilhar esses recursos com estados, municípios, santas casas e hospitais filantrópicos. “No meu estado, tem gente que anda 1.500 quilômetros para engessar um braço”, apontou.

Leitão disse ainda que o custo para os municípios é enorme. “Não se pode pensar que a vinda de médicos cubanos vai resolver a questão quando se paga R$ 48 para o SUS internar um cidadão por 24 horas, e o médico recebe entre R$ 8 e R$ 10 para atender pelo SUS”, disse. Leitão defendeu ainda prioridade para a contração de médicos brasileiros, mesmo os formados no exterior.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) defendeu o programa Mais Médicos, mas alertou que ele não soluciona os problemas da saúde no País. “O problema é muito mais grave. Não é só mais médicos, é mais tudo. É mais recurso, é mais profissionais de saúde”, disse.

Segundo Valente, além de mais investimento no setor e da contratação de mais profissionais, o Brasil precisa repensar o atual modelo, que, segundo ele, é baseado “na indústria farmacêutica e na medicalização da saúde”. Valente lembrou que saúde é um dever do Estado. “Se esse programa contribui para isso, que bom. Mas o risco é que o governo se apaixone pelo programa e achoe que já resolveu o problema”, completou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias