O anúncio da linha de crédito “Caixa Hospitais”, apresentado pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, durante evento que contou com a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, hoje (30), em Florianópolis, deixou frustrados dirigentes hospitalares e representantes das entidades de Santa Catarina (AHESC-FEHOESC-FEHOSC). A taxa de juros apresentada, de 1,7% ao mês, é inviável para os hospitais. O presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos de Santa Catarina (FEHOSC), Hilário Dalmann, questionou o presidente da Caixa: “Por que a saúde tem que pagar juros tão altos, se setores como automobilismo e agricultura pagam a metade do que está sendo proposto? Esta taxa precisa ser revista!”. O presidente da Caixa disse que não há como reduzir os juros, pois este é um recurso comercial. Ele citou, ainda, que outras linhas de crédito que recebem recursos de parte da receita das loterias têm juros mais atraentes e sugeriu que os parlamentares de Santa Catarina atuem para buscar este subsídio, atendendo, desta forma, aos hospitais que enfrentam dificuldades financeiras. A Caixa está disponibilizando R$ 3 bilhões de reais neste programa.
O ministro da Saúde garantiu que mais recursos serão aplicados neste ano em saúde em função da economia que está sendo feita nestes 200 dias de nova gestão da pasta. Já foram economizados cerca de R$2 bilhões de reais. Com isso, Barros garantiu, também neste ano, a ampliação no número de cirurgias de mutirão em Santa Catarina. No país, serão aplicados R$ 340 milhões de reais. Questionado sobre o reajuste da Tabela SUS, o ministro disse que está trabalhando na reestruturação do SUS, e que novas mudanças estão sendo estudadas. O presidente da Associação de Hospitais de SC (AHESC), Altamiro Bittencourt, disse: “Estamos esperançosos para que este novo SUS melhore a situação de crise que vivem as instituições, dando novo fôlego para atender ainda mais e melhor a população de Santa Catarina”.
Ricardo Barros também destacou o papel dos parlamentares da bancada catarinense em Brasília, que destinaram através de uma emenda coletiva R$190 milhões de reais para a saúde no estado. Os recursos serão aplicados na compra de equipamentos, infraestrutura e custeio, principais reivindicações dos gestores. Para o presidente da FEHOESC e CNS, Tércio Kasten, “estes recursos irão suprir uma necessidade de falta de dinheiro que os hospitais não conseguem obter, em função da baixa remuneração da tabela do SUS”.
As entidades hospitalares fizeram ainda a entrega de uma pauta de reivindicações para o ministro, entre elas a criação de uma política de incentivos e manutenção dos hospitais de pequeno porte, apoio do governo ao Projeto de Lei que cria o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e a prorrogação do Incentivo à Contratualização.
Fonte: Assessoria de imprensa Fehosc