A cirurgia robótica é um método que utiliza um robô para auxiliar o cirurgião a realizar o procedimento. Através de uma câmera 3D, o profissional consegue visualizar de forma mais ampla o campo cirúrgico. Assim, o cirurgião conduz o robô em um console separado, que permite o controle dos braços robóticos. Dentre os benefícios, estão o tempo de duração da cirurgia, que pode variar de 60 a 90 minutos; a menor perda de sangue e o maior conforto para paciente. Esses e outros motivos levaram o cirurgião-geral e urologista do Hospital Uopeccan de Umuarama Alberto Tomé a se especializar em cirurgia robótica.

“A robótica é a revolução da cirurgia. Antigamente, só se fazia a cirurgia convencional, que é a aberta. Com o tempo, surgiu a laparoscópica, que trouxe um benefício imenso para os pacientes e, no começo dos anos 2000, surgiu esse movimento da cirurgia robótica, que trouxe um benefício ainda maior. Não dá para não oferecer, as pessoas merecem coisas cada vez melhores”, destaca.

Ele explica ainda que as diferenças entre os procedimentos cirúrgicos são encontradas também nos resultados pós-operatórios. “Na urologia, o padrão ouro para o tratamento do câncer de próstata é a cirurgia robótica, porque ela traz uma melhor preservação da continência e da potência (da disfunção erétil). Na cirurgia aberta, a chance do paciente ficar impotente é de aproximadamente 50%; já na cirurgia robótica, o número cai para 5%. Além de ser uma cirurgia minimamente invasiva, o paciente não fica com um corte imenso, a recuperação pós-operatória é menor, com potencial de preservação muito melhor do que a cirurgia laparoscópica”, detalha.

Tomé fez uma pós-graduação no Hospital Albert Einstein, que durou um ano, com aulas à distância uma vez por semana e aulas práticas, presenciais, durante um fim de semana por mês. No processo, 50 horas/aula foram dedicadas a fazer simulações. Após essa fase, o cirurgião auxiliou em cirurgias a campo e, por fim, passou por um dia de provas com a fabricante do robô, a Intuitive. Em abril, ele recebeu a certificação em cirurgia robótica, reconhecida internacionalmente, e, hoje, é o único profissional de Umuarama a ter esse nível de certificação.

Tecnologia precisa

Outra grande vantagem da cirurgia robótica é a tecnologia por trás dela. Conforme explica o médico Alberto Tomé, a resolução da câmera é excelente, o que garante uma visão ampla e nítida. Além disso, as pinças usadas no procedimento ficam estáticas, fazendo apenas os movimentos que o cirurgião determina. “As pinças garantem muito mais precisão para dissecar um tecido, preservar um nervo, um músculo, retirar um tumor. Além disso, ela tem um potencial de cauterização, dissecção muito mais avançado do que o material convencional”, afirma.

Oferta na região

Hoje, a cirurgia robótica ainda não é oferecida na cidade, nem pelo SUS, nem por convênios. No entanto, Tomé conta que, há alguns anos, existe um movimento para ofertar a cirurgia na região. “Uma vez trazendo para a região – nós abrangemos uma região muito grande – a gente consegue alguns benefícios. Por sermos um hospital filantrópico, que tem várias doações, a gente consegue muita coisa, consegue beneficiar a população com esse tipo de procedimento, num custo mais barato do que se pratica fora”, completa.

Fonte: Uopeccan