Os conceitos sociais prévios à covid-19, identificada inicialmente no final de 2019 e classificada como pandemia em março de 2020, podem ser afetados permanentemente pela circulação das variantes do novo coronavírus.

Segundo especialistas ouvidos pelo Paraná Portal, a capacidade de mutação do Sars-CoV-2 deve fazer com que o vírus se torne uma preocupação constante, apesar do avanço das campanhas de vacinação pelo mundo.

A última pandemia do mundo, a da gripe A (H1N1), durou cerca de 20 meses, entre o início de 2009 e agosto de 2020. A variante da gripe suína registrou 18 mil mortes confirmadas laboratorialmente e outras 284 mil mortes suspeitas.

A covid-19, por sua vez, se mostrou uma doença mais mortal pela facilidade com que ela se dissemina. O Brasil deve alcançar neste final de semana a marca de 500 mil mortes em decorrência do coronavírus.

“Mesmo com a vacinação em massa contra a covid, máscara é uma proteção que não vou abrir mão tão cedo. A vacina vai ajudar muito, mas o vírus pode voltar todos os anos, como acontece com a H1N1”, afirma Flaviano Ventorim, presidente da FEMIPA e do Sindipar.

O administrador de hospitais, que também coordenada a rede Nossa Senhora das Graças, lembra que radicou-se em Curitiba em 2009, justamente no ano que a gripe A emergiu para o mundo.

“Até hoje estamos vacinando H1N1 e a suas variantes. Vírus, geralmente, não some, ele muda. Vamos nos vacinar sempre, mas sempre haverá o risco de uma vacina, em algum ano, ter uma cobertura baixa e termos um novo pico”.

“O normal que a gente vivia, não vamos viver”, concluiu.

COVID-19: ABRE E FECHA DEVE CONTINUAR ATÉ IMUNIZAÇÃO EM MASSA

Com a previsão de imunizar toda a população adulta até setembro, e a proximidade do inverno, Curitiba e o Paraná ainda devem enfrentar novas ondas de contaminação pelo coronavírus até que a pandemia possa ser controlada pela imunização.

Até que a concretização da imunidade de rebanho, segundo a SMS (Secretaria Municipal da Saúde), a capital deve buscar o equilíbrio nas restrições a cada novo decreto.

“Temos acompanhando de perto vários setores da economia e alguns têm atuado como verdadeiros parceiros da Saúde, com atualização constante dos protocolos e medidas que reforçam a segurança”, comenta Diego Spinoza, epidemiologista da SMS.

Segundo ele, a definição da bandeira e os detalhes do decreto são debatidos nas reuniões do Comitê de Técnica e Ética Médica da SMS, nas quais vários setores da prefeitura contribuem em busca de um equilíbrio para os decretos da covid-19.

“Algumas pessoas talvez pensem que a gente quer fechar tudo. Não é verdade. As medidas restritivas servem para protegermos o sistema integrado de saúde e salvar vidas”, pondera.

 

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Fonte: Paraná Portal