O ministro Alexandre Padilha anunciou um investimento de R$ 165 milhões em pesquisas na área de Saúde, este ano. Serão publicados este ano seis editais em diferentes áreas: terapia celular, doenças negligenciadas, gestão do trabalho e educação em saúde, pesquisa clínica, avaliação de tecnologias e coortes (estudos longitudinais). “O intuito é incentivar pesquisadores a encontrar soluções inovadoras para serem aplicadas no SUS e aprimorar o atendimento e a assistência ao usuário”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na abertura do Encontro com a Comunidade Científica 2012, que teve início na segunda-feira (16) e segue até quarta (18), e reúne cerca de 600 pesquisadores.

“Esta é a hora da virada para nós reduzirmos a dependência tecnológica do Brasil”, declarou o ministro aos pesquisadores. “O lançamento de pesquisas voltadas para as necessidades da população nos permite sonhar e avançar para consolidar o Brasil como produtor importante de vacinas, por exemplo”, concluiu.

Durante o encontro, foram premiadas pesquisas de destaque, por meio do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS – uma espécie de “Oscar da Saúde” –, que está em sua décima primeira edição. Além de reconhecer o mérito científico dos pesquisadores, a iniciativa amplia a divulgação dos resultados das pesquisas, favorecendo sua incorporação pelos serviços públicos de saúde.

“O evento marca a importância de uma política nacional de saúde baseada no conhecimento e na inovação, contribuindo para um novo projeto nacional de desenvolvimento, que se baseia na inovação e na inclusão social. O objetivo é incentivar a independência e autonomia produtiva e tecnológica ao país”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha.

Premiação –  Aos primeiros colocados do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, foramdestinados prêmios em dinheiro, no total de R$ 55 mil, divididos entre as cinco categorias – acesso ao SUS, tese de doutorado, dissertação de mestrado, trabalho publicado e monografia de especialização ou residência. Os trabalhos são avaliados, na primeira fase, por cerca de 150 especialistas, e, na segunda, por uma comissão julgadora formada por representantes de diversas instituições.

Criado em 2002, o concurso tem se consolidado como um instrumento de estímulo à produção científico-tecnológica voltada para o SUS. O ministro Padilha ressalta a importância do prêmio para a consecução dos objetivos das políticas na área de pesquisa em saúde. “O estímulo à pesquisa e à produção científica e tecnológica no país é uma prioridade deste governo. O país tem as mentes e os meios para produzir e até mesmo exportar conhecimento na área de saúde, e, por isso, precisamos prestigiar nossos pesquisadores”, declara.

Fixação de médicos – Parte dos recursos investidos pelo ministério em 2012 vai para a melhoria da gestão do trabalho e educação em saúde, uma prioridade para o governo. Serão contempladas pesquisas que visem encontrar soluções para minimizar a questão da falta de acesso a profissionais de saúde, apontando estratégias inovadoras e efetivas para a fixação de médicos, enfermeiros e dentistas em locais carentes desses profissionais, com mapeamento dos vazios assistenciais.

Investimento também para pesquisas na área de doenças negligenciadas

O Brasil, que já é considerado líder mundial em pesquisas em doenças negligenciadas, pretende dar ainda maior atenção à produção de conhecimento nessa área, investindo R$ 20 milhões na criação de uma Rede de Pesquisa em Doenças Negligenciadas, que envolve nove patologias: chagas, dengue, esquistossomose, hanseníase, helmintíases, leishmanioses, malária, tracoma e tuberculose. Até o final do ano será publicado edital de pesquisa convocando pesquisadores. As equipes de pesquisa que tiverem seus projetos aprovados integrarão a Rede Nacional de Pesquisa em doenças negligenciadas.

O ministério já investia bastante na área, porém, com a Rede, duas novas doenças foram incluídas no espectro das contempladas nos editais: a helmintíases (espécie de verminose) e a tracoma (inflamação na córnea).

Em 2006, o ministério implantou o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas, e financiou 82 pesquisas, com um investimento total de R$ 22,3 milhões. Em 2008, financiou 58 projetos relacionados a sete doenças – dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose – com investimento conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), e apoio administrativo do CNPq de R$ 17 milhões, totalizando um recurso de 39,3 milhões nos dois editais.

Fonte: Ministério da Saúde