O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, anunciou nesta terça-feira (04) que o Paraná registrou em 2011 a menor razão de mortalidade materna da história – 51,67 mortes de mães para cada 100 mil crianças nascidas vivas. Os dados de 2011 foram fechados no mês de novembro, com a investigação de todos os casos de mortes maternas notificados. Em relação a razão registrada em 2010 (65,77), a redução foi de 21,4%.

Segundo Caputo Neto, a queda é reflexo do processo de qualificação dos hospitais de referência no Estado, iniciado em 2011. A previsão é que esses números caiam ainda mais nos próximos anos. “Com a ampliação do HospSus [Programa de apoio aos hospitais públicos e filantrópicos do SUS do Paraná], o fortalecimento da atenção primária e a consolidação da Rede Mãe Paranaense, a tendência é que as gestantes e os bebês sejam melhor assistidos nos serviços de saúde”, explicou o secretário, durante abertura do 2º Encontro do HospSus, realizado em Curitiba.

Inspirado no programa Pro-Hosp, do Governo de Minas Gerais, o HospSus foi lançado em julho de 2011 e destina recursos para custeio, obras, aquisição de equipamentos e capacitação profissional. Ao completar um ano do programa, o Paraná conseguiu reduzir em 90% o déficit de leitos de UTI neonatal no estado. O programa atende 50 hospitais considerados estrategicamente importantes para suas regiões. Para 2013, estão previstos R$ 57 milhões para custeio dos hospitais credenciados e R$ 35 milhões para obras e equipamentos. Além disso, a Secretaria da Saúde estuda uma forma de apoiar também hospitais de pequeno porte.

Além da Rede Mãe Paranaense, os hospitais que integram o HospSus também são referências regionais para a Rede de Urgência e Emergência. Eles concentram a maior parte dos atendimentos que necessitam de retaguarda hospitalar de média e alta complexidade, como leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com o secretário, o HospSus cumpre um importante papel na melhoria do acesso a serviços de saúde resolutivos, principalmente no interior do Estado. “É dessa forma que interiorizamos nossas ações, qualificando o atendimento em saúde em todos os cantos do Paraná”, afirmou.

Parceria – Simultaneamente ao encontro, a Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Paraná (Femipa) realizou uma oficina de sistematização da assistência de enfermagem, considerando o nível de dependência do cuidado com o paciente.

Para o presidente da Femipa, Maçazumi Furtado Niwa, essa aproximação e diálogo entre hospitais públicos e privados sem fins lucrativos beneficia muito o usuário do Sistema Único de Saúde. “Buscamos sempre qualidade e eficiência, trocando experiências e disseminando conhecimento”, disse.

A parceria entre a Secretaria da Saúde e a Femipa vem desde o início do HospSus. Em setembro de 2011, as instituições lançaram o curso de Gestão Hospitalar que pretende dar mais embasamento técnico aos diretores e profissionais dos hospitais.

Veja a razão de mortalidade materna dos últimos cinco anos no Paraná:

2011 – 51,67
2010 – 65,77
2009 – 73,02 (Aumento devido ao ano pandêmico de Gripe A – H1N1)
2008 – 59,55
2007 – 60,96