O Presidente da CMB, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Júnior, assinou na tarde desta quinta-feira (06/12) dois documentos conclusivos da etapa de concepção das novas sistemáticas de remuneração dos hospitais que atuam na Saúde Suplementar, produzidos por um Grupo de Trabalho constituído por representantes dos hospitais (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB, Associação Nacional dos Hospitais Privados – ANAHP, Confederação Nacional de Saúde – CNS e Federação Brasileira de Hospitais – FBH) e dos planos de saúde (Associação Brasileira de Medicina de Grupo – ABRAMGE, Federação Nacional de Saúde Suplementar – FENASAÚDE, União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – UNIDAS e UNIMED do Brasil – UNIMED), sob a coordenação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Foram pouco mais de dois anos de trabalho, agora concluído. Trata-se de um acordo para adoção de novos modelos de remuneração dos atendimentos feitos aos clientes dos planos de saúde, buscando a utilização de boas práticas de gestão, tanto nos hospitais quanto nos planos de saúde.

No atual modelo de remuneração dos hospitais, denominado “conta aberta por unidade de serviço” (fee-for-service), cada item utilizado na internação do paciente é detalhado na conta, após um processo de faturamento em que profissionais de saúde contratados pelo hospital analisam a internação., implicando na necessidade das partes manterem equipes contratadas para rever as contas e discutir valores e quantidades cobrados. No novo modelo proposto o peso administrativo é menor, já que os itens frequentes em uma internação passam a ser cobrados de forma agrupada, como um único item na conta hospitalar, para os serviços de enfermagem, administrativos e recursos físicos (móveis, instrumentais cirúrgicos, utilização de salas, materiais descartáveis, entre outros). O objetivo é fazer com que os hospitais passem a oferecer produtos completos aos planos de saúde. Uma cirurgia, por exemplo, passará a ser um item único na conta hospitalar, já contemplando todo o período de internação do paciente, bem como os recursos humanos e físicos necessários. Para isso, os hospitais terão de reformular os protocolos e diretrizes para realização de cada tipo de procedimento.

Para a adoção do novo modelo, hospitais e operadoras deverão qualificar os seus processos de trabalho e os modelos de gestão, focando na melhoria da assistência aos clientes de planos de saúde. “A proposta inicial é que a adoção seja voluntária, mas a ANS já está estudando formas de indução, caso necessário, para maior aderência ao modelo proposto. O principal ganho nesse momento é que a ANS passa a oferecer ao setor um conjunto de referências e conceitos técnicos que, por terem sido pré-acordado por todos, possibilita a adoção do novo modelo de forma mais rápida e com um menor custo de construção de consenso reduzindo assim a necessidade dessa discussão caso a caso entre operadoras e hospitais”, salienta Bruno Sobral de Carvalho, Diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS.

As condições para a aplicação do novo Modelo de Remuneração estão consolidadas em dois documentos: Procedimentos Gerenciados e Conta Aberta Aprimorada, ambos já disponíveis nos sites da CMB e da ANS.