leito neonatalNovos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal podem garantir a sobrevivência de bebês que nascem antes do tempo previsto (prematuros) ou abaixo do peso. Hoje, o Estado tem 370 leitos deste tipo, 97 deles foram colocados à disposição do Sistema Público de Saúde a partir de 2011. Regiões antes desassistidas, como o Norte Pioneiro e o Centro-Sul do Estado, estão entre as que receberam novos leitos.

O Governo do Paraná viabilizou a implantação de leitos neonatais com a compra de equipamentos hospitalares – incubadoras, monitores, respiradores e oximetros de pulso – e com o incentivo para custeio dos leitos através do HospSUS, programa estratégico para o fortalecimento dos hospitais públicos e filantrópicos. O governo repassa R$ 480 mil por ano para cada unidade hospitalar estabelecida como referência para a gestação de alto risco.

O governador Beto Richa também já anunciou a ampliação de leitos na região de Cianorte e Maringá, com a implantação de seis leitos no Hospital São Paulo, em Cianorte, e 10 leitos no Hospital Metropolitano, em Sarandi. “A instalação de novos leitos de UTI neonatal foi fundamental para a redução da mortalidade infantil nos últimos anos. A ampliação e manutenção destes leitos é uma meta constante da Rede Mãe Paranaense”, afirma o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.

O médico neonatologista do Hospital do Trabalhador, Carlos Frederico Oldemburg Neto, explica que o período na UTI é fundamental para a sobrevivência de bebês prematuros ou de recém-nascidos que apresentem algum tipo de problema já nos primeiros dias de vida. Segundo ele, na UTI os bebês recebem suporte respiratório, ventilação mecânica, nutrição por meio do leite materno e, caso este não seja possível, uma nutrição especializada. Eles também recebem tratamento para infecções e uma série de procedimentos que dêem suporte de vida.

CUIDADO ESPECIALIZADO – O Hospital Nossa Senhora do Rocio, localizado em Campo Largo, possui 32 leitos de UTI neonatal credenciados ao Sistema Único de Saúde. A filha de Natanaelly Rodrigues, 25 anos, moradora de Curitiba, está internada na unidade desde que nasceu, em 16 de junho de 2013. Ela pesava apenas 760 gramas. Durante mais de dois meses ela respirou com a ajuda de aparelhos. Em recuperação constante, a criança está prestes a deixar a UTI, pois ganhou peso e hoje está com 2,1 quilos.

Natanaelly descobriu que estava grávida com cinco meses de gestação. Um mês depois, com 25 semanas de gravidez, deu a luz a duas meninas, Sara e Lara Recalcati. Lara teve complicações e morreu com 18 dias de vida. A mãe conta que foi internada em Campo Largo, pois a gravidez era de alto risco. A cesariana de emergência foi feita, pois os bebês e ela poderiam morrer. “Levar a Sara para casa é o que eu mais quero agora. Ela deveria estar nascendo por estes dias (37 semanas de gestação). É uma guerreira, vitoriosa. Ela enfrentou algumas complicações, mas graças a Deus venceu todas”, disse Natanaelly.

O Hospital Bom Jesus, de Toledo, no Oeste do Paraná, também ganhou mais quatro leitos neonatais em 2013. A agricultora Irene Maria Fuhr Fenrich, 38 anos, moradora de Toledo, é mãe do bebê Gustavo Luiz, que nasceu prematuramente em 29 de agosto de 2013. Ele precisou ficar 13 dias na UTI neonatal para ganhar peso. “Ter um bebê prematuro nestas condições mudou totalmente minha rotina. O sofrimento foi amenizado por meio do atendimento que tive na UTI Neonatal do Hospital Bom Jesus. Enquanto meu bebê estava internado acompanhei o sofrimento e a vitória de muitas mães. A UTI neonatal salva vidas e é indispensável para o desenvolvimento de nossas crianças”, afirma a mãe.

Esta rotina também é conhecida por Dorinete Ribeiro de Souza, 34 anos, auxiliar de serviços gerais. Moradora de Diamante do Oeste, a aproximadamente 80 quilômetros de Toledo, ela dedicou mais de três meses ao acompanhamento da filha Letícia Eduarda de Souza, que nasceu em 5 de junho com apenas 505 gramas. A pequena recebeu alta em 9 de setembro, com pouco mais de 2,4 quilos. Segundo os exames, Letícia não apresenta sequelas e terá uma vida normal e saudável.

“Se não fosse a UTI Neonatal gratuita minha filha não teria chances de sobreviver. A estrutura oferecida pelo Hospital Bom Jesus me tornou mais forte e com fé. Estou com a melhor sensação do mundo ao ver minha filha mamando e saudável”, conta a mãe de Letícia.

Fonte: Sesa