Dados do IBGE estimam que a população brasileira deva ser de 216,4 milhões em 2030, quase 30 milhões a mais que o registrado em 2010. Esse aumento representa a longevidade e a mudança demográfica populacional que deve acontecer nos próximos anos, podendo causar efeitos significativos nos gastos com serviços ambulatoriais e hospitalares no SUS.

Baseado em informações do SIA e SIH, disponíveis ao sistema público, o professor titular da Universidade de São Paulo (USP) Antonio Carlos Coelho Campino estima que os gastos em ambulatórios – apenas com pacientes de 60 anos de idade ou mais, saltem dos atuais R$ 4,6 bilhões para R$ 9,1 bilhões, em 2030. Já nos hospitais, o valor deve passar de R$ 3,1 bilhões para R$ 6 bilhões, no mesmo período.

O custo total no SUS deve chegar a R$ 63,5 bilhões em 2030, duas vezes a mais que o montante gasto em 2010. Deste, 46% será com idosos.

PIB brasileiro

Os gastos em saúde com proporção do PIB não só são elevados como tem crescido nos últimos anos. E isso não acontece apenas no Brasil, que ocupa a 5ª posição em uma tabela de gastos com o setor, de acordo com Campino.

Entre 1995 e 2010, os gastos com saúde aumentaram de 6% para 9%, sendo 4,2% do setor público. “Isso mostra que nosso país destina uma parcela significativa para o setor e não só o gasto é alto como tem uma tendência crescente”, considera.

Porém, esse cenário impõe desafios, principalmente pelo fato de os recursos serem limitados entre 3,8% e 4% do PIB. Em 2030, essa porcentagem pode sofrer ainda mais dependendo da regulamentação ou não da Emenda Constitucional 29, segundo o professor. A projeção de Campino para daqui 18 anos é que o PIB brasileiro será R$ 5,6 trilhões e o per capita R$ 25,9 mil.