IMG_7201O setor de Saúde pública, principalmente o filantrópico, enfrenta uma crise por conta do subfinanciamento. Nesse contexto, o 8º Seminário Femipa trouxe para a discussão o “Cenário político da Saúde no Brasil: tendências e perspectivas”, com o palestrante Marcelo Iwersen, da FAE Business School. Antes de o debate, Iwersen parabenizou a Femipa pelo evento, que ele classificou como “uma importante iniciativa para colocar gestores frente a frente para discutir os avanços que o setor de Saúde precisa”.

Durante toda a palestra, o professor da FAE levantou diversas manchetes de jornais que retratam as dificuldades enfrentadas pelo setor de Saúde no Brasil. Segundo dados apresentados por ele, de uma pesquisa do Panorama Hospitalar, o país é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo e sétimo mercado de produtos para a saúde no mundo. São mais de seis mil hospitais e, desse total, 36% são públicos e 64% são privados. Na avaliação dele, existem diversos problemas de cultura e de educação que influenciam diretamente na saúde brasileira e que fazem parte do grande caos de problemas presentes atualmente. Além disso, a Saúde ainda se depara com corrupção, desvios, fraude, má fé, má gestão, entre outros.

“O ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse recentemente que a saúde caminha para um colapso. Segundo Chioro, se a CPMF não for destinada integralmente para essa área, seria um colapso total da estrutura de Saúde do país. Se ele disse isso, como podemos dizer diferente?”, questiona.

Outro ponto levantado por Iwersen foi a questão da demanda e um novo problema que se aproxima: as demissões que vêm acontecendo em todas as áreas. “Isso faz com que o brasileiro fique sem plano de saúde. E para onde eles vão? Para o SUS! Se o Sistema Único de Saúde não consegue atender o número de hoje, muito menos do que ele se obriga, como vai atender? A previsão é que mais de 500 mil pessoas percam seus planos de saúde até o fim do ano. O sistema público já não atende à demanda, então, diante da desvinculação de usuários da Saúde suplementar, certamente haverá desasistência”, adianta.

O professor também contextualizou a história da Saúde no Brasil e as tentativas de programas para melhorar a gestão. Ele citou, por exemplo, o Pacto pela Saúde, feito em 2006, que era um termo de compromisso de gestão municipal. Depois, o programa “Mais Saúde” em 2007, que previa investimentos em áreas críticas. Três anos mais tarde, o “Rede de Atenção à Saúde (RAS)”, que visava planejamento, eficiência, financiamento, tecnologia, humanização, necessidades regionais etc; além do decreto 7508 em 2011, que regulamentava a Lei 8080, e a Lei Complementar 141 em 2012.

Em seguida, o palestrante falou sobre as diversas instâncias de Saúde no Brasil e como isso dificulta a gestão e também refletiu com os presentes se o país tem um SUS único ou em pedaços. Para finalizar, ele apresentou algumas alternativas ao Sistema Único de Saúde, como o Sistema Nacional de Atendimento Médico (SINAM) e o “pay-per-use”, que é um cartão pré-pago e que tem convênio com profissionais e serviços de saúde.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa