Para falar sobre as expectativas da chegada do 29º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e os temas principais que serão debatidos pelos representantes públicos e do setor filantrópico, a CMB entrevistou o presidente da Federação das Instituições Beneficentes e Filantrópicas do Estado do Mato Grosso do Sul, Esacheu Cipriano Nascimento, que falou sobre pontos fundamentais acerca do evento. O encontro nacional do segmento filantrópico será realizado de 13 a 15 de agosto desse ano. A programação e as inscrições estão disponíveis em www.cmb.org.br/congresso.

O presidente da federação, composta por 38 hospitais filantrópicos nos munícipios do interior e 5 hospitais na capital Campo Grande, ressalta a importância do 29º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. “Esse Congresso é de uma importância muito grande, porque cada hospital vive isoladamente a sua realidade e esse é o momento não só de atualização técnica, mas de conhecimento, de troca de informações para que elas sejam aplicadas nesses hospitais”, destaca o presidente da Santa Casa campo-grandense. Esacheu lembra de congressos anteriores em que houve uma evolução importante para os hospitais. “Nós aproveitamos muito (dos Congressos), tanto das informações técnicas, que foram oferecidas, quanto das experiências dos demais hospitais e também do relacionamento com os políticos que comparecem nos nossos Congressos”, completa. O encontro entre os presidentes das federações e os parlamentares é ponto-chave para trocar informações e obtenção de apoios financeiros e emendas para as Santas Casas.

Um dos temas que serão abordados no Congresso é “o que nos trouxe até aqui, não nos levará ao futuro”, onde é sugerida a necessidade de mudanças profundas no setor filantrópico para a continuidade de sua operação. Para o presidente, quem mais prejudica as Santas Casas é o Sistema Único de Saúde (SUS). “Enquanto nós fazíamos também um trabalho de 80% privado, atendendo 20% das pessoas que não tinham recursos, os hospitais mantinham um equilíbrio econômico e financeiro. Os SUS e a irresponsabilidade de vários gestores que se sucederam nesse período levaram as Santas Casas a um endividamento muito grande”. As consequências disso, de acordo com Esacheu, foram hospitais com resultados operacionais positivos, mas que apresentam os balanços negativos por conta do endividamento financeiro. “Esse futuro, colocado no tema, ele precisa passar por uma renegociação com o governo de atualização dos valores na contratualização porque sem isso nós nem teremos futuro”. Ele ainda completa enumerando as responsabilidades que precisam ser arcadas pelas Santas Casas diante da falta de recurso. “Você tem as responsabilidades tributárias, tem as responsabilidades trabalhistas, tem os fornecedores, tem a manutenção dos prédios, com cada vez mais exigências da vigilância sanitária, de Corpo de Bombeiros e de diferentes órgãos de fiscalização, e não há receita suficiente para isso”.

O CONGRESSO

O Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos será realizado, de 13 a 15 de agosto, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21. Com o tema central “Setor Filantrópico: Reconstruindo a Saúde com o Brasil”, o encontro tem como objetivo promover debates de interesse do setor filantrópico de saúde, em busca de atualizar conhecimentos e apresentar ferramentas adequadas para a melhoria da gestão e superação das crises do setor. Programação completa e inscrições pelo site do evento, em http://www.cmb.org.br/congresso.

Fonte: CMB