idosos 2Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quinta-feira (29), apontam que os idosos no Brasil deverão representar 26,7% da população (58,4 milhões de idosos para uma população de 218 milhões de pessoas), em 2060, numa proporção 3,6 vezes maior do que a atual. Os dados do estudo, baseados no Censo Demográfico 2010, projetam o percentual em 2012 para 7,4% de idosos (6,3 milhões de idosos em um população de 99,3 milhões de pessoas).

“O envelhecimento da população acima dos 65 anos tem a ver com a diminuição da fecundidade. Você diminui o número de jovens e tem o aumento relativo dos idosos. Mesmo sem o avanço da expectativa de vida, os idosos aumentariam”, explica o pesquisador Gabriel Borges, um dos responsáveis pelo estudo.

O envelhecimento da população também será afetado pela queda da mortalidade, que está diminuindo desde a primeira metade do século 20. A esperança de vida para cada criança brasileira nascida em 2013 foi projetada para 71,2 anos para homens e 74,8 para mulheres. Em 2060, sobe para 78 para homens e 84,4 anos para as mulheres, um aumento de 6,8 anos para os homens e 5,9 para as mulheres. A esperança de vida chegará a 80 anos em 2041.

Segundo o pesquisador, quase todos os países do mundo já passaram pelas alterações na estrutura etária projetadas para o Brasil. No entanto, as mudanças para o povo brasileiro serão feitas de moda mais rápido.

“Em vários países, como França e Inglaterra, as mudanças demoraram mais de um século para acontecer, enquanto no Brasil elas serão feitas em 40, 50 anos. Não dá para generalizar os motivos para que isso aconteça, mas um dos fatores para que a expectativa de vida aumente é a tecnologia. Os países subdesenvolvidos importaram conhecimento e tecnologia estrangeira, e implantaram na sociedade, enquanto os desenvolvidos fizeram todo o processo de criação da tecnologia”, explica ele. “Depois que já existe uma tecnologia de vacinação, de medicamentos, fica mais fácil de aplicar, do que fazer todo o processo de desenvolvimento da tecnologia.”

Segundo o IBGE, o envelhecimento dos brasileiros altera as razões de dependência da população. Em 2060, um grupo de cem pessoas potencialmente produtivas (entre 15 e 64 anos de idade) terá que sustentar, em média, 65,9 indivíduos economicamente dependentes (abaixo de 15 e acima de 64 anos de idade).

Em 2010, a média foi de 47,7. De acordo com o estudo, a principal parcela da população a ser sustentada, anteriormente composta majoritariamente por crianças, deve passar a ser de idosos.

“[A taxa de 2060] é um alerta. Você tem que repensar o sistema previdenciário, em como financiá-lo, porque a longo prazo ele não se sustenta. É preciso considerar a forma como está, em quem está na atividade financiando quem está na inatividade”, diz o pesquisador.
O cálculo projetado para 2013 é de cem pessoas sustentando 46. Os valores cairão até 2022, quando chegarão a 43,3. Daqui a nove anos, no entanto, os valores passarão a subir, chegando ao pico em 2033.

Fonte: UOL Notícias