19.11 3A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) poderá dar o primeiro passo para abrir o mercado de assistência à saúde a investimentos estrangeiros, se aprovar hoje projeto de lei do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Esse é um dos três setores protegidos pela Constituição, ao lado do sistema financeiro e da comunicação social. A proposta (PLS 259/2009) estabelece as hipóteses em que pode ser admitido o ingresso de empresas e capitais não nacionais no setor. O relator, Vital do Rêgo (PMDB-PB), apresentou texto substitutivo que restringe a quatro os casos em que isso será permitido.

O primeiro abrange as doações de organismos internacionais vinculados às Nações Unidas (ONU) e de entidades de cooperação técnica, bem como os financiamentos e empréstimos.

A segunda hipótese envolve serviços de saúde sem finalidade lucrativa mantidos por empresas, para atendimento de empregados e dependentes, sem nenhum ônus para a seguridade social.

A terceira alcança serviços hospitalares, ambulatoriais e auxiliares de diagnóstico e terapia. E a quarta contempla casos eventualmente previstos em legislação específica.

O substitutivo altera o artigo 23 da Lei 8.080/1990, que veda a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde. O mesmo impedimento é previsto no artigo 199 da Constituição, exceto nas situações disciplinadas em lei.

No relatório, Vital lembra que, pouco após a promulgação da Constituição, o Brasil iniciou reformas liberalizantes da ordem econômica que abriram dez atividades econômicas ao capital estrangeiro, “uma das demandas do paradigma da globalização”.

Fonte: Jornal do Senado