A Santa Casa de Londrina passa a cuidar dos pacientes com a ajuda do robô Laura.  Plataforma de inteligência artificial em gestão de risco, o Laura ajuda a salvar vidas da sepse – uma das principais causas de morte em hospitais no Brasil e do mundo. O Hospital é o primeiro do interior do Paraná e o 10º no Brasil a contar com a Laura para implementar o trabalho contra as mortes por Sepse, popularmente conhecida por infecção generalizada.  “Estamos investimento em inovação para diminuir riscos e cuidar da vida”, destaca Fahd Haddad, superintendente da Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina). O investimento financeiro inicial, segundo ele, será de 20 mil dólares, em média.

Recalcula riscos a cada 3.8 segundos – Usando inteligência artificial, o robô Laura conecta-se à base de dados do hospital, processa os dados e gera um alerta para que as equipes possam agir rapidamente.   Uma das vantagens do Laura é que ele monitora simultaneamente todos os dados de todos os pacientes a cada 3.8 segundos – tempo imbatível pelo ser humano.

“A detecção precoce é fundamental no caso de sepse para conseguirmos agir antes da deterioração de órgãos. A precocidade é que determina a chance do paciente sobreviver ou não”, argumenta o médico infectologista, Walton Tedesco, responsável pelo controle de infecção hospitalar na ISCAL (Irmandade da Santa Casa de Londrina). Estudos comprovam que a cada 1 hora a chance de óbito do paciente com sepse aumenta em 7%.

A taxa de mortalidade na Iscal, informa o infectologista, é de 6,91%. Entre 23% e 48% desses, segundo o médico, ocorrem por sepse. Índice, ele destaca, já abaixo da literatura que aponta entre 50% e 60% de óbitos por sepse em hospitais do Brasil. “Agora teremos a ajuda da tecnologia para baixar ainda mais esses índices”, afirma o médico.

Mapa de risco e alertas da gravidade – Usando os próprios sistemas de dados já disponíveis no Hospital, o Laura cruza vários dados ao mesmo tempo: resultados de exames laboratoriais; sinais vitais; dados de medicamentos; e evolução médica. Depois de isolar os inconsistentes, que indicam sepse, o robô constrói um mapa de risco de cada paciente. Com isso, ele prevê qualquer possível complicação do estado geral do paciente.

Se houver indicativo de Sepse, o Laura lança alertas por escalonamento de cores conforme a gravidade – do verde (menor gravidade) ao vermelho (maior gravidade). Os alertas chegam na smart TV instalada no setor do paciente, por SMS e e-mail direto aos médicos do paciente e outros profissionais. Se não houver intervenção no tratamento do paciente, o alerta ganha o compasso de uma respiração que acelera ou fica mais lenta, acompanhando a gravidade do caso.

O criador do robô Laura, o analista de sistemas Jacson Fressato, afirma que o foco do sistema é reduzir até 5% da mortalidade por sepse no Brasil. “Isso significa salvar centenas de milhares de vidas”, argumenta. Segundo ele, um hospital de Minas Gerais que conta com o Laura, diminuiu o índice de mortalidade por sepse em 16% no último ano. O motivo, ele explica, foi a  performance de toda equipe entre identificar a disfunção orgânica e administrar o antibiótico que reduziu de 13h40 para 2h58. O nome Laura é uma homenagem à filha de Fressato, que morreu aos 18 dias de vida, depois de nascer prematura e desenvolver sepse, em 2010.

O que Sepse? – O Ilas (Instituto Latino Americano de Sepse) traduz:

“A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Mais conhecida como infecção generalizada, antigamente recebia o nome de septicemia ou infecção no sangue. Na verdade, não é a infecção que está em todos os locais do organismo. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como por exemplo, o pulmão, mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção. Essa inflamação pode vir a comprometer o funcionamento de vários dos órgãos do paciente. Por isso, o paciente pode não suportar e morrer. Esse quadro é conhecido como disfunção ou falência de múltiplos órgãos.

Fonte: Comunicação Santa Casa de Londrina