Com a participação de quase 200 pessoas, entre profissionais da saúde, gestores hospitalares e estudantes, o primeiro dia de atividades do 5º Seminário Femipa contou com doze palestras no pré-evento temático. Sustentabilidade, inserção dos profissionais de saúde no mercado de trabalho e estrutura hospitalar foram os assuntos abordados.

O pré-evento foi uma das novidades do Seminário em 2012. Quatro palestras de cada tema foram apresentadas simultaneamente nas salas de aula da Associação Médica do Paraná durante a tarde do dia 21. “O objetivo dessa mudança foi atrair outros públicos, interessados em um aprofundamento em assuntos mais específicos”, explica o assessor da Femipa, Paulo Becker. Ministradas em espaços menores as palestras aproximaram palestrantes e público e tornaram o clima mais informal para a troca de ideias e informações.

Sustentabilidade

No painel de sustentabilidade o assessor de responsabilidade ambiental da Itaipu Binacional, Bernardo Soares, trouxe o exemplo da hidrelétrica, que desde sua fundação tem ações ligadas ao meio ambiente, como o resgate da fauna local, que perdeu território com o alagamento de terras no entorno do órgão. Desde 2003 a Itaipu divulga anualmente um relatório de sustentabilidade que segue indicadores de diversas instituições, entre elas o Global Reporting Iniciative (GRI), que é um dos padrões mais aceitos mundialmente. Desde 2008 atende também os requisitos do Pacto Global, estabelecido pela ONU.

A meta da Itaipu é ter até 2020 a melhor eficiência em geração de energia e ser a melhor empresa em desenvolvimento sustentável globalmente. Mais que um compromisso da empresa, sustentabilidade é uma demanda crescente da sociedade. Um estudo da Bloomberg, que observa indicadores financeiros, revelou que empresas que adotam o GRI tem maior valor de mercado.

Na Itaipu a implantação do relatório de sustentabilidade e seu aprimoramento foram gradativos. “A equipe entendeu a importância dessa medida e se comprometeu em fazer com que acontecesse, inclusive mais rápido do que o previsto”, destaca Soares.

O impacto do gerenciamento dos protocolos médicos na redução de custos e garantia da sustentabilidade financeira dos hospitais foi o tema da palestra do Dr. Rodrigo Nóbrega, seguida pelo case de estratégias para sensibilizar colaboradores para a sustentabilidade. O Dr. Vital de Oliveira Ribeiro Filho da ONG “Saúde sem dano Brasil” fechou os debates sobre sustentabilidade com  palestra sobre o movimento brasileiro e a agenda dos hospitais saudáveis.

Estrutura Hospitalar

Qualidade de vida é um dos fatores que fizeram com que a expectativa de vida dos brasileiros aumentasse de uma média de 33 anos em 1900 para 78 anos em 2010. Dentro do hospital conforto é essencial para a qualidade de vida do paciente. São diversos os fatores que devem ser observados para garantir o conforto humano em um ambiente de saúde. Conforto visual, como cores e sinalização, conforto lumínico na iluminação, acústico, que engloba ruídos e sons, ergonômico, como fisiologia, biomecânica e antropometria, e o conforto hidrotérmico, como umidade do ar e temperatura. “Esses fatores influenciam na estadia do paciente e até na recuperação. Um ambiente com ar condicionado, por exemplo, é mais propenso a disseminação de bactérias”, explica o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), Fábio Bitencourt.

Dentro de um hospital as dimensões das salas não são arbitrárias, servem para garantir espaço e mobilidade para macas, pacientes e funcionários. Os outros elementos que influenciam no conforto também devem ser pensados e adequados para o ambiente. Esse tipo de decisão pode ser tomada com base no plano diretor para hospitais, tema da palestra de Ana Carolina Potier e Mariluz Gómez, da Pró-Saúde Profissionais Associados. Participou também do painel, Carlos Roberto Patza, da Secretaria de Saúde do Paraná,com palestra sobre a Legislação Sanitária na Arquitetura de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Segurança no manuseio de gases medicinais foi a última palestra, ministrada por José Amadeu Jerônimo, da Air Liquide Brasil.

Mercado de Trabalho

Apagão de talentos e escassez de mão-de-obra na área de saúde foi a palestra que abriu o painel de inserção dos profissionais de saúde no mercado de trabalho, com o professor da PUC-PR, Raul Zanon. Contribuindo com o tema o professor Marciano de Almeida Cunha, também da PUC-PR, falou sobre os desafios para o processo de humanização no setor de saúde.

Dentro dessa discussão a cadeia de suprimentos pode colaborar para tornar os processos hospitalares mais eficientes, efetivos e rentáveis. A Supply Chain, como é conhecida no meio, permeia todos os setores das empresas e indústrias, inclusive dos hospitais. Desde a recepção até o faturamento. “Os hospitais são extremamente complexos por lidarem com vidas. Ainda assim é preciso encontrar maneiras de abastecer todos os itens o tempo todo e sem desperdício, o chamado fazer mais com menos”, expõe a professora da PUC-PR Luiza Helena Giraud, em sua palestra sobre ferramentas e atitudes na cadeia de gestão de suprimentos. Cada instituição precisa encontrar uma forma de otimizar o uso dos recursos. “Na PUC, com seis hospitais e um plano de saúde ganhamos em escala”, exemplifica.   Fechando o painel o professor Lourival Scheidweiler falou sobre desafios e oportunidades de trabalhar em grupo.