banco d eleiteA cidade de São Paulo contará com mais um equipamento promotor de amamentação natural: o Banco de Leite Humano da Santa Casa de São Paulo. A Instituição inaugurou o serviço no dia 15, no Hospital Central da Santa Casa localizado no bairro da Santa Cecília.

Todo Recém-nascido e lactente deve receber aleitamento materno, inclusive quando internados, se a doença que o acomete permitir, sendo esse alimento imprescindível para o desenvolvimento saudável da criança.

Em hospitais de referência em gestação de alto risco, como a Santa Casa de São Paulo, a oferta de leite materno é inferior às necessidades. Há questões técnicas que limitam a estocagem de leite ordenhado, e é comum os prematuros não poderem ser levados ao peito.

Com o Banco de Leite Humano há possibilidade de estocar o leite ordenhado em condições favoráveis e controladas por muito mais tempo. Assim, o leite que seria desprezado após 12 horas, pode ser estocado por até 30 dias. Outra vantagem, é que após o processamento de leite doado e pasteurização adequada, uma mãe pode doar o leite que produz em excesso para outra criança. Esse leite estocado pode ainda ser analisado na sua composição e ser escolhido um com perfil mais adequado à necessidade de cada recém-nascido. “Se eu tiver um prematuro pesando 700 gramas, eu preciso dar mais caloria, mais proteína para ele crescer mais rápido com um desenvolvimento maior. Eu tenho a possibilidade com o banco de escolher um leite que possui mais proteína para esse prematuro”, explica o Dr. Mauricio Magalhães, chefe do Serviço de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo.

Além da Santa Casa, que registra em média 250 partos mensais, o Banco de Leite Humano abastecerá as maternidades do Hospital Municipal São Luiz Gonzaga e Hospital Estadual de Francisco Morato. Cerca de 1 mil recém-nascidos e lactentes podem ser beneficiados com o banco de leite durante o ano, que tem capacidade projetada para processar 60 litros de leite por mês.

“Toda criança precisa de leite materno. Quando ela vai usar o banco de leite? Em situações em que ela precisa ficar internada e não pode ser levada ao peito, ou a produção de leite materno é pequena, ou quando há a necessidade de fazer a reabilitação progressiva dessa criança e precisa do leite controlado. Você tem diversas situações em que o leite materno é administrado”, complementa o Dr. Rogério Pecchini, Diretor do Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo.

O novo serviço contará ainda com uma equipe técnica formada por médico, nutricionista, técnico de nutrição, enfermeira, auxiliar de enfermagem e auxiliar administrativo.

De acordo com a United Nations Children’s Fund (UNICEF), cerca de um 1,5 milhão de crianças morrem por ano devido à falta de aleitamento materno.

Por isso, a amamentação deve ser mantida exclusivamente durante os primeiros 6 meses de vida e conciliada com outros alimentos até os 2 anos. Na falta da amamentação tradicional, resultante de fatores que impossibilitam o aleitamento natural, os bebês internados recebem o leite industrializado.

No entanto, o leite materno é visto como a melhor e mais saudável opção para o bebê, pois contêm todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que a criança precisa, além de anticorpos que protegem os pequenos contra doenças e infecções. A extração do leite também reflete positivamente para a mãe, como a diminuição do risco de mastite, provocada pelo excesso de leite no peito.

Benefícios do leite materno:

• Diminuição do tempo de internação do recém-nascido;

• Queda da ocorrência de doenças nos bebês como alergias, pneumonias e otites;

• Melhora o desenvolvimento mental da criança;

• Aumenta o índice de desenvolvimento comportamental e psicomotor.

Fonte: Revista Hospitais Brasil