Termina ano, começa ano, de vez em quando troca a diretoria, mas o hospital Santa Casa de Campo Mourão continua enfrentando o mesmo problema: os recursos financeiros que arrecada não cobrem as despesas. Mesmo assim, o hospital melhorou a gestão e com a inauguração da nova maternidade e pronto socorro, entre outros serviços, a melhoria no atendimento aparece nos números da prestação de contas.

“Estamos para iniciar mais seis especialidades e hoje a Santa Casa é referência no atendimento, tanto que municípios vizinhos que levavam pacientes para outras santas casas estão pedindo para mudar para cá. O balanço do atendimento é bastante positivo, mas isso tem um alto custo, que infelizmente os recursos que recebemos não cobrem”, analisa o provedor do Hospital, Getúlio Ferrari Junior.

A prestação de contas divulgada recentemente pela diretoria mostra que no ano passado o hospital teve R$ 48,3 milhões de receita e R$ 51,5 milhões de despesa, o que significa um déficit de mais de R$ 3 milhões. Por fechar sempre no vermelho, a instituição é obrigada a contrair empréstimos e com isso acumula uma dívida de R$ 18 milhões, que obriga um desembolso mensal de R$ 392,6 mil.

“O grande calo são os repasses do SUS, que o governo federal não reajusta. Além disso, até agora o governo do Estado não tratou a Santa Casa como hospital regional, por isso contamos com o apoio dos nossos representantes políticos para que o novo governo seja mais sensível às nossas necessidades, até porque que a nossa região não tem um hospital do Estado”, comenta Getúlio.

A expectativa da diretoria é que esta semana o governo estadual repasse os recursos atrasados desde o fim do ano passado,no valor de R$ 400 mil mensais. Segundo o provedor, o município de Campo Mourão está em dia com os repasses que em 2018 somaram R$ 2,4 milhões. Também nesta semana a diretoria deverá reunir-se para definir algumas ações que visam melhorar a arrecadação.

Alguns números

A Santa Casa é uma instituição filantrópica que atua como referência em atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) dos 24 município da região. Além de convênio com programas estaduais também conta com ala particular. É referência em gestação de risco, urgência e emergência, captação de órgãos, oncologia, UTI Neonatal e Pediátrica, Adulto e DST/Aids.

A área construída soma 13 mil metros quadrados, com 162 leitos gerais. Em 2018 foram realizados 119.144 atendimentos ambulatoriais, 3.071 cirurgias, 12.636 exames laboratoriais, entre outros atendimentos. A Farmácia do hospital fornece, em média, 128.952 unidades de medicamentos e materiais hospitalares por mês.

A diretoria também realizou no ano passado uma pesquisa para avaliar o grau de satisfação dos pacientes com o atendimento, que também apontou números positivos. O serviço de internação foi avaliado como ótimo por 63% e bom por 29%, números semelhantes ao da avaliação do serviço de enfermagem. O serviço médico foi avaliado como ótimo ou bom por 80 por cento dos pacientes e 93 por cento foi a soma dos que consideraram ótimo ou bom o tratamento geral recebido pela equipe do hospital.

Fonte: Tribuna do Interior