18.06 1Depois do evento “Parlons Santé – Falando sobre Gestão da Saúde”, realizado na última terça-feira (10/06), em Curitiba (Paraná), o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, conversou por telefone com o Saúde Web sobre os projetos e desafios da gestão estadual da saúde.

O Parlons Santé foi promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil em parceria com a FAE Centro Universitário. O presidente da Femipa, dr. Luiz Koury, também esteve presente no evento.

Perfil do entrevistado
Michele Caputo Neto – Farmacêutico, servidor público da Secretaria de Estado da Saúde desde 1985. Foi chefe de gabinete da Fundação Nacional de Saúde, chefe da Vigilância Sanitária Estadual, diretor geral do Centro de Medicamentos do Paraná e diretor dos Órgãos Produtores de Insumos e Imunobiológicos da Secretaria de Estado da Saúde. No Município de Curitiba, foi duas vezes Secretário Municipal de Saúde. Foi Secretário Municipal de Assuntos Metropolitanos. Natural de Maringá, nasceu em agosto de 1962.

Saúde Web: O que avançou e o que ainda precisa avançar na Saúde do Estado do Paraná?

Caputo Neto: Os avanços foram:

-Redução da mortalidade materna em 40%, o equivalente a 100 mulheres salvas
-Redução da mortalidade infantil em 10%, 500 crianças salvas
-Implantação do transporte aeromédico para situações de urgência e emergência
-Aumento em 185% dos transplantes de órgãos no Estado
-45% de ampliação de leitos de UTI comparado com o que existia até 2010
-Implantação de ambulâncias do SAMU regionais. “Não existia nenhuma regional funcionando, apenas em 14 municípios. Agora ampliamos para quase 300 municípios”
-Até o final de junho, a soma das ambulâncias de remoção atingirá 400 unidades
-400 unidades básicas de saúde da família foram construídos, ampliados ou reformadas
-80 ônibus para transporte sanitário de pacientes eletivos
-Capacitação de mais de 40 mil profissionais (médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem, agentes comunitários, farmacêuticos, etc)

Os desafios…
A média e a alta complexidade são os maiores desafios, pois é necessário um conjunto de especialidades médicas para ampliar a oferta de consultas, exames e cirurgias.
Apesar do aumento dos leitos, mais de 500 leitos de UTI, ainda existe o deslocamento de pessoas de algumas regiões para serem atendidas em outras.

Saúde Web: Soma-se a falta dinheiro e a falta gestão, o envelhecimento e o encarecimento dos produtos e serviços. Como o Paraná tem enfrentado este cenário?

Caputo Neto: Para os quatro anos, o Estado prevê colocar mais de R$ 2 bilhões a mais em recurso. Entretanto, o que lamentamos é que o Governo Federal não coloca o que todos desejam, os 10% do orçamento da União, que gerariam mais de R$ 42 bilhões para a Saúde.
Financiamento e gestão têm que andar juntos. E, no nosso caso, temos investido muito nisso com as capacitações dos profissionais para diminuir esse gap.

Saúde Web: Realizamos um debate sobre integração público e privada que escancarou muitos problemas, inclusive as disputas entre as esferas municipais, estaduais e federais. Isso realmente é um entrave para a integração? E como avalia as parcerias (PPPs e OSS) entre os sistemas?

Caputo Neto: Nós assumimos um Estado que tinha um preconceito grande com OSS e PPPs. Não trabalhávamos com fundações estatais de direito privado. Essa questão foi resolvida mediante lei, tendo sido criada a Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná (Funeas-Paraná), que está em pleno processo de constituição. E assim, a fundação vai tocar a gestão principalmente de hospitais estaduais de alta complexidade, pois as fundações com esse perfil têm maior agilidade e mecanismos de contratação.

Fonte: Portal Saúde Web