O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, representando o governador do Estado Beto Richa, anunciou nesta quinta-feira (22), durante o 8º Seminário Femipa, a ampliação do Programa Estadual de Apoio e Qualificação dos Hospitais Públicos e Filantrópicos do Paraná – HospSUS. Entre as medidas está o reajuste do valor de repasse pelo Estado para custeio dos serviços e a inclusão de 25 hospitais filantrópicos de pequeno porte no programa, serão R$ 640 mil reais mensais para custeio.  O aumento médio dos repasses para os hospitais que já participam do HospSUS fase 1 será de 35% a partir da competência de novembro. Outra informação passada pelo secretário é que já foi feita a regularização dos pagamentos até agosto.

Michele participou da abertura oficial do evento e do primeiro painel do Seminário que tratou da crise e das alternativas para ampliar o financiamento para o setor, ao lado do presidente da Femipa, Luiz Soares Koury, do presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia (CMB), Edson Rogatti, e do presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Antonio Garcez Novaes Neto.

Para o secretário, o cenário é preocupante. “Tivemos o sepultamento do Saúde +10, além do déficit  já anunciado da Saúde para 2016 de R$ 27 bilhões. A entrada do novo ministro nos dá um alento. Se vai sair com novo imposto, acertando a conta da previdência ou com dinheiro do orçamento, vamos ter que aguardar, mas nós vamos cobrar”, afirmou o secretário.

Durante o painel, Caputo Neto lançou uma proposta que pretende levar à bancada parlamentar em Brasília no final de outubro. A ideia, que segundo o secretário surgiu como uma alternativa para enfrentar essa crise, é que seja feita uma emenda coletiva para o custeio dos hospitais integrantes do HospSUS fase 1 com o mesmo valor já aplicado pelo Estado – cerca de R$ 68,5 milhões anual. Em contrapartida, a secretaria de Estado se comprometeria a investir o mesmo montante nas unidades de saúde dos municípios das bases dos deputados, de maneira proporcional. “Os hospitais receberiam um segundo HospSUS, com a vantagem de receber o valor total em uma única parcela”, afirmou.

Na avaliação do presidente da CMB, em um ano de crise é que os hospitais devem se unir. “Precisamos estar juntos para enfrentar a situação, já que as perspectivas não são nada boas para o próximo ano. É o momento de discutir soluções para a Saúde pública do país, porque nossos hospitais vão permanecer, apesar das dificuldades”, afirmou.

Para o presidente da Femipa, a raiz do problema da atual crise enfrentada pelo país não está na falta de recursos, mas no fato de serem mal empregados. “Precisamos superar a crise moral, que é a pior de todas. Mas se não houver investimento na educação desde a base isso não será possível”, afirmou.

Entre as reivindicações propostas pelo setor para sanar parte dos problemas financeiros está a criação de uma linha de crédito aos moldes da que é oferecida para a agricultura. “Hoje atendemos mais de 50% do atendimento de média complexidade. Até 70% da alta complexidade. Se nada for feito vamos entrar em colapso”, afirmou o presidente da CMB, Edson Rogatti.

Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde, talvez estejamos vivendo o pior ano desde o nascimento do SUS. “Aqui no Paraná ainda não sentimos o reflexo dessa crise, mas em outras localidades a situação já está muito difícil”, afirmou. Na sua fala, ele lembrou que o setor hospitalar quer apenas receber o valor justo pelo serviço prestado.

Fonte: Assessoria de Imprensa