O projeto Cuidados Continuados Integrados também foi tema de uma das salas de debate do primeiro dia do 6º Seminário Femipa, que segue até amanhã, 22. O diretor do CEALAG, Paulo Carrara de Castro apresentou as necessidades emergentes do Brasil, que passa por uma mudança de perfil populacional. Segundo o especialista, a mudança de perfil do paciente e das doenças que levam à mortalidade no país aponta para a necessidade de mudar a forma de tratamento ao doente. “Precisamos vocacionar os hospitais. As estruturas devem estar adaptadas aos novos desafios e perfis da população”, afirma o consultor. Carrara participou de todo o processo de discussão, ao lado de representantes da Femipa, da Secretaria de Estado da Saúde e da consultoria Gesaworld, para implantação do projeto no Paraná.

luiz mariaUm dos diferenciais do projeto, que também está em andamento nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Piauí, é o atendimento multidisciplinar realizado nas unidades preparadas para receber os pacientes em convalescência. “Não se trata de um hospital de retaguarda e nem de cuidados crônicos. O foco está, por exemplo, nas salas de fisioterapia e não no pronto atendimento”, afirma o superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Samaritano de São Paulo, Luiz Maria Ramos Filho. A entidade é uma das parceiras da iniciativa com aporte financeiro para reforma das unidades escolhidas para a implantação do novo modelo.

De acordo com o superintendente, os resultados esperados com o projeto é garantir uma área adequada para recuperação de pacientes convalescentes, aumentar o giro dos hospitais de referência, envolver a família no cuidado desses pacientes e reduzir a média de permanência em leitos clínicos e cirúrgicos.

Experiência paranaense

No Paraná, o município escolhido para receber a primeira experiência do Cuidados ilsaContinuados é Rebouças. O Hospital Dona Darcy Vargas, na região Centro-Sul, está passando por reformas e receberá novos equipamentos. Segundo dados apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde, a região apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano do Estado e possui 11% da população com mais de 60 anos. Além disso, o hospital escolhido tem uma taxa de ocupação média menor do que 30%, possibilitando que sejam utilizados 22 leitos para o projeto e mantidos outros 20 para o atendimento convencional, já realizado pela unidade.

A previsão é que a unidade de cuidados continuados de Rebouças seja inaugurada em 2014. As etapas de diagnóstico da rede assistencial, definição do modelo de gestão e capacitação das equipes do hospital já foram concluídas. A equipe condutora do projeto, que esteve na Europa para uma semana de estágio, irá iniciar a fase final de planejamento.

O modelo, referência em países da Europa, visa dar respostas às necessidades de determinados grupos de pacientes como pessoas com doenças e dependência funcional, pacientes com pluripatologias crônicas e terminais e idosos com necessidades sociais e de saúde. Com a constituição da rede, pacientes com esses perfis ou que se recuperam de procedimentos cirúrgicos podem receber atendimento nessas unidades, próximo da família, sem a necessidade de ser transferido para os grandes hospitais, o que amplia o acesso e garante mais eficiência ao sistema.

Fonte: Assessoria de Comunicação Femipa
Jornalista Juliane Ferreira