Nesta terça-feira, (27), a Secretaria de Estado da Saúde e a Femipa (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Paraná) apresentaram para os representantes de hospitais do Estado o projeto de implantação da Rede de Cuidados Continuados para usuários do SUS. O modelo, referência em países da Europa, visa dar respostas às necessidades de determinados grupos de pacientes como pessoas com doenças e dependência funcional, pacientes com pluripatologias crônicas e terminais e idosos com necessidades sociais e de saúde. Com a constituição da rede, pacientes com esses perfis ou que se recuperam de procedimentos cirúrgicos podem receber atendimento nessas unidades, próximo da família, sem a necessidade de ser transferido para os grandes hospitais, o que amplia o acesso e garante mais eficiência ao sistema.

A abertura do evento foi feita pelo Diretor Geral da Secretaria Estadual de Saúde, René Moreira dos Santos, e pelo presidente da Femipa, Maçazumi Niwa. De acordo com o secretário a Rede vem ao encontro das novas necessidades do sistema de saúde que precisa adequar-se ao novo perfil dos pacientes. “Hoje se faz necessária uma atualização da caracterização dessas instituições e a elaboração um novo desenho de atendimento, de acordo com a realidade das regiões onde essas instituições estão inseridas”, disse. O secretário ressaltou ainda o apoio da Secretaria, Femipa e CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia) na implantação da Rede.

Durante o evento, o representante da Cealag, Paulo Carrara, e da Gesaworld, Montserrat Dolz, fizeram apresentações sobre o modelo de assistência já implantado em vários países da Europa e também na região de Franca, interior de São Paulo. Segundo Paulo, a mudança de perfil do paciente e das doenças que levam à mortalidade no país aponta para a necessidade de mudar a forma de tratamento ao doente. Segundo o Datasus, entre 1995 e 2011, caiu o número de internações no país, em contrapartida o número de atendimento ambulatorial aumentou consideravelmente. “Precisamos vocacionar os hospitais. As estruturas devem estar adaptadas aos novos desafios e perfis da população”, afirmou o consultor.

Na reunião desta terça-feira foram definidas as bases de implantação do modelo de Cuidados Continuados no Paraná e apresentado o plano de ação. O projeto será desenvolvido em três fases. A primeira, que já está andamento, faz um diagnóstico e uma seleção das experiências iniciais para a criação e desenvolvimento de um modelo a partir de um grupo de experiências. Na segunda fase acontecerá a preparação das Unidades e equipes e implantadas as experiências piloto. Nesta fase serão realizados também programas de capacitação e estágios. A fase três terá o acompanhamento e avaliação das experiências. A implantação de todo o projeto durará entre 18 e 24 meses.

Além do Paraná, o projeto, apresentado ao Ministério da Saúde, será implantados nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Piauí e será financiado com recursos do Ministério e pelo Hospital Samaritano.