O setor de Saúde filantrópico vive uma situação dramática e vem acumulando dívidas ao longo dos anos pela defasagem da tabela de remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos atrasos nos repasses. Hoje, para cada R$ 100,00 gastos com o SUS, as instituições de Saúde recebem apenas R$ 60,00. Nesse cenário, o setor vem se articulando nos diferentes meios para buscar apoio para a causa. A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), juntamente com suas Federações estaduais, entre elas a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), estão atuando fortemente junto ao Ministério da Saúde e ao Congresso Nacional em busca de avanços. Prova disso são as importantes agendas fechadas para a próxima semana em Brasília (DF). No dia 21 de junho, os filantrópicos participarão, às 14h, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, organizada pela Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas. Às 18h, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional, Cláudio Lamachia, vai receber os representantes das instituições filantrópicas. Na ocasião, o presidente da CMB, Edson Rogatti, vai entregar um documento que mostra o trabalho realizado pelo segmento e a crise que estão enfrentando.

Para o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Feu Ventorim, a luta por melhores condições para a Saúde é uma luta diária, e somente com a união de esforços é que será possível conseguir mudar esse cenário preocupante. “A perspectiva não é boa e o orçamento, pelo que estamos sentindo, não vai chegar até o fim do ano.Ou seja, a situação é pior do que à do ano passado. Não temos revisão e análise de melhoria nas tabelas do SUS, os programas e incentivos do Ministério não abrangem a grande maioria dos hospitais e não vemos uma solução de curto e médio prazo. Há muito tempo não víamos uma crise tão difícil. Por isso, precisamos trabalhar juntos e estarmos integrados inclusive com outras entidades, para que nos ajudem nessa luta que é fazer Saúde no Brasil”, declara.

Na audiência na Câmara de Deputados, a CMB convidou também entidades parceiraspara participarem do encontro, como o Instituto Coalizão Saúde, Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Confederação Nacional da Saúde (CNS), Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Anahp e Confederação dos Trabalhadores da Saúde (CNTS). A proposta é apresentar uma pauta conjunta aos parlamentares, sensibilizando-os em relação à crise do setor de Saúde. Já no encontro com a OAB Nacional, o objetivo dos filantrópicos é buscar o apoio da entidade em relação ao financiamento, que hoje é baixo e não cobre todos os custos dos hospitais. As instituições filantrópicas vão propor à OAB que ajude a estabelecer os caminhos para que o Executivo destine recursos à Saúde, como forma de o governo cumprir com seu dever, que é oferecer serviços de qualidade à população.

“A expectativa é boa para esses encontros. Esperamos que essas reuniões sejam produtivas e que possamos sensibilizar essas entidades em torno da causa da Saúde”, completa Ventorim.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa