CEO da Mesa Limpa, Jacson Fressatto

CEO da Mesa Limpa, Jacson Fressatto

A rotina hospitalar é formada por inúmeras tarefas, com muitas pessoas envolvidas e atividades imprescindíveis. Em um hospital, cada paciente é único e demanda medidas individuais, como medicação, alimentação, exames, providências mais diversas. A realidade, por outro lado, é de um acúmulo de trabalho e profissionais extremamente comprometidos, mas que precisam reter uma grande quantidade de informação. Neste cenário, erros podem acontecer.

Foi pensando nisso que a startup Mesa Limpa criou um sistema inovador de gestão operacional. Esse sistema funciona com base na inteligência artificial, não com o intuito de substituir o trabalho humano, muito pelo contrário, a ideia, segundo conta o CEO da empresa, Jacson Fressatto, é servir de suporte às atividades. “O objetivo é fazer com que os computadores possam ampliar a capacidade humana de pesquisar e refinar milhares de informações para nos ajudar a tomar as decisões”, disse.

O sistema foi apresentado a profissionais do setor hospitalar durante o 1º Fórum de Tecnologia da Informação em Saúde, que ocorreu durante o dia 23 de outubro em Curitiba. O evento ocorreu paralelamente ao 8º Seminário Femipa, promovido pela Femipa.

Funcionamento

Quando instalado, o sistema conta com robôs, entre eles a Laura, que irão “aprender” a rotina do fluxo de trabalho de cada área e ajudar os profissionais avisando sobre todas as etapas e tarefas necessárias para garantir um atendimento completo e sem falhas. A grande inovação, no entanto, é o contato entre os usuários e o sistema, que não exige o acesso a uma outra interface. As informações são captadas via e-mail e outras formas de comunicação. O envio de informações do sistema para o usuário também é feito por estes mesmos mecanismos, usando até, por exemplo, o SMS.

“Nós buscamos adaptar a tecnologia às necessidades reais das pessoas e uma das nossas preocupações foi fazer com que esse sistema estivesse disponível pelos meios que elas já utilizam, sem que fosse necessário um aprendizado adicional”, explicou Fressatto.

Neste caso, por exemplo, um médico prescreve uma alimentação especial a um paciente. Na própria prescrição ele pode citar a nutricionista e a equipe de enfermagem. Isso significa que essas ações serão captadas pela Laura, o robô, via palavras-chave, lidas pela tecnologia OCR (leitura de caracteres). Então, automaticamente, ela irá enviar mensagens via e-mail ou sms à equipe de nutrição e de enfermagem.

Neste caso, se estiver configurado no fluxo de trabalho que a robô já detectou, essas mensagens também podem ser enviadas ao estoque, para que seja verificado se há o material necessário, por exemplo, e à área de preparação de alimentos. Isso significa que todos os envolvidos serão notificados até darem um retorno ao sistema. Ou, mesmo a ausência de retorno, é informada ao responsável pela solicitação. Desta forma, há uma garantia de que todas as etapas serão cumpridas e todos os responsáveis integrados à determinada tarefa, independente da memória humana, evitando erros.

Apesar de inteligente, o sistema precisa ser treinado, para compreender o fluxo de trabalho, também conhecido no meio industrial como cadeia de suprimentos. Fressatto explica que quando alguma solicitação ou “palavra-chave” não é compreendida pelo robô, ele questiona o responsável – via mensagem – qual a ação necessária e do que se trata. Com as respostas e medidas tomadas, ele vai “aprendendo” e passa a oferecer, com base neste aprendizado, as alternativas. Isso permitirá também, que empresas do mesmo segmento e com atuação similar, como os hospitais, possam contar com o aprendizado do sistema em cada uma para torná-lo ainda mais eficiente.

Parceria

Como parte de um programa de responsabilidade social, a empresa irá oferecer gratuitamente o sistema aos hospitais filantrópicos paranaenses, em uma parceria, com a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa). O projeto será desenvolvido de forma piloto em dois hospitais a partir de novembro e estará disponível definitivamente para os demais a partir de março do próximo ano.

Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa