As sequelas da Covid-19 estão demandando atendimentos por meio da telemedicina, ferramenta que cresceu bastante em função da pandemia. Pacientes que já passaram pelo tratamento inicial da doença agora procuram os serviços médicos, inclusive a distância, para buscar orientações para sintomas que permaneceram ou que surgiram em seguida.

A médica clínica geral Brenda Rodrigues, que atua na linha de frente da rede pública em Belo Horizonte e Pará de Minas (MG) e também pela healthech Starbem, com atendimentos por meio de videochamada, afirma que grande parte do crescimento de novos assinantes no serviço a distância se deve a esse atual momento. “Estou fazendo uma média de 65 atendimentos por mês em um intervalo de quatro horas semanais, e desses, cerca de 70% chegam para tratar queixas pós-Covid”, conta. Dentre as mais citadas, estão cansaço, tosse persistente, dor de cabeça, alterações de olfato e paladar e transtornos de ansiedade e depressão.

Pela telemedicina, o profissional pode fazer o encaminhamento do paciente para atendimento presencial, caso necessário.

Enquanto isso, em diferentes locais do país estão sendo estruturados serviços para atender especificamente pacientes com sequelas com Covid-19. É o caso de Curitiba (PR), onde um ambulatório do Hospital Cajuru atende essas pessoas pelo Sistema Único de Saúde. Ou ainda em Porto Alegre (RS), onde a Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) também está realizando um projeto para reabilitação daqueles com sequelas da Covid-19.

Há ainda iniciativas de instituições particulares e de pessoas que sobreviveram à Covid-19, mas que perceberam a necessidade de um atendimento pós-alta hospitalar. É o caso do Projeto Com.Vida, idealizado pela dentista Raquel Trevisi, que passou um mês internada em função da Covid-19.

Acompanhe também a série especial que o Saúde Debate fez sobre telemedicina:

Um ano de telemedicina em meio à pandemia

Um ano de telemedicina: experiência do paciente e do médico

Telemedicina no Brasil: dados e mercado

Teleconsulta: o impacto da pandemia em outras áreas da saúde

Fonte: Saúde Debate