Nos dias 14, 15 e 16 de março, a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa) realizou seu 11º Seminário, com o tema “Políticas de gestão que impactam nas políticas de saúde”, na sede da Associação Médica do Paraná, em Curitiba. A Unimed Paraná, correalizadora do evento, esteve presente ao longo da programação com três apresentações.

Desafios – Na mesa de abertura oficial, Flaviano Feu Ventorim, presidente da Femipa, deu as boas-vindas agradecendo a presença de todos e às parcerias das entidades ali representadas. Paulo Faria, presidente da Unimed Paraná, falou sobre os desafios trazidos com o aumento do capital estrangeiro na saúde. “Esse capital estrangeiro afeta diretamente o nosso trabalho e o cenário preocupa. Se faz necessária uma rede qualificada e muito bem estruturada, com parcerias e um trabalho conjunto para enfrentar esses desafios”, comentou. Além deles, participaram da mesa Sezifredo Paz, em nome de Michele Caputo Neto, Secretário de Saúde do Estado, Edson Rogatti, presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), e Marcos Stamm, diretor Financeiro Executivo da Itaipu Binacional.

Painel – Faustino Garcia Alferez, diretor de Saúde e Intercâmbio, participou do painel “Eleições 2018 – Propostas para a Saúde”, abordando desafios do cenário da saúde, problemas e prioridades para 2018 e propostas de mudanças de modelos assistenciais, de remuneração e de gestão e qualidade. Também participaram do debate o presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti, o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Glaucio Geara, e a gerente-executiva de Segurança e Saúde para Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rosângela Fricke.

Desafios – Durante sua palestra, Alferez elencou os principais desafios atuais para a saúde como o modelo de financiamento e a transição demográfica, já que a população está envelhecendo e, com isso, as doenças crônicas vêm aumentando. Ele afirmou que 72% das causas de morte são por doenças crônicas e apontou que, em 2015, 12% de beneficiários tinham mais de 60 anos, mas em 2030, estima-se que sejam 21%.

Principal preocupação – O diretor lembrou que saúde é a maior preocupação dos brasileiros (22,5%), segundo pesquisa divulgada recentemente (disponível no link http://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/rsb-43-perspectivas-para-eleicoes-de-2018/). O que torna a área ainda mais relevante no cenário de eleições.

Eixos estratégicos – A partir disso, a Unimed elaborou propostas em cima de cinco eixos estratégicos: modelos assistenciais, modelos de remuneração; modelos de gestão e qualidade; cooperados; e parcerias. O intuito, com base também em informações da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), é ampliar a participação do setor privado na formulação e implantação das políticas nacionais de saúde, desenvolver um modelo assistencial integrado com foco no paciente e na continuidade dos cuidados, avançar nas redes assistenciais integradas entre os setores público e privado e formatar um plano de ação público-privado para a informatização, integração e interoperabilidade dos sistemas de informação.

Políticas nacionais – “A partir de políticas nacionais de mudanças e regras, pretendemos participar de parcerias público-privadas ou parcerias privadas-públicas. Hoje, só é permitido que o governo faça parcerias com o setor privado, mas o inverso é difícil. Queremos que o estado se desonere um pouco e que o paciente beneficiário do setor privado possa ser atendido também pelos hospitais públicos, sem concorrermos com os leitos do SUS, principalmente em municípios em que o único prestador é ente público. Com isso o setor privado poderia contribuir diretamente com o financiamento dos hospitais públicos”.

Segurança em Alta – Ana Paula Heier, da Gestão da Rede Prestadora, apresentou a palestra “Programa Segurança em Alta: um modelo de apoio à qualidade assistencial hospitalar” na sala temática de Gestão de Assistência e Segurança do Paciente.

Evento adverso – A cada três minutos, cerca de duas pessoas no Brasil morrem por um evento adverso, segundo pesquisa, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), estima que, em 2015, essas falhas acarretaram em 434.000 óbitos, o equivalente a 1.000 mortes por dia.

Programa – Para auxiliar os hospitais a enfrentar tais fatos, a Unimed Federação conta com o Programa Segurança em Alta, que tem como proposta contribuir para a melhoria do nível de segurança dos processos de atendimento aos pacientes internados nos hospitais. Entre os objetivos do programa estão: reduzir desperdício, identificar oportunidades de melhoria, fortalecer a imagem da marca e atender a acreditação RN 277 – Acreditação de Operadoras. Atualmente, 30% dos leitos hospitalares contratados da Unimed no Paraná fazem parte da área de atuação do Programa.

Etapas – O Programa estabelece três etapas, sendo a primeira de sensibilização dos profissionais, a segunda de diagnóstico e melhoria, que inclui o diagnóstico no prestador para identificar na prática o atendimento aos requisitos e apoio técnico para planejamento e condução de ações para melhoria que deve ser executada entre 12 a 18 meses, e a terceira etapa que consiste na avaliação de avaliação de qualificação do prestador e a realização de manutenções anuais.

Acompanhamento e monitoramento – De acordo com Ana, o Programa oferece aos hospitais acompanhamento e monitoramento para avaliação da qualificação, comparativo de indicadores por região do Estado, manutenção da avaliação e dos indicadores de forma contínua. “O prestador consegue se comparar em relação aos outros prestadores, sem identificação dos outros hospitais, apenas informando os indicadores”, explica.

Equipe técnica – Uma equipe técnica oferece todo o suporte para auxiliar no mapeamento de processos, monitoramento indicadores, gestão de documentos, gestão de riscos e auditoria interna, todas as ações condensadas ficam registradas em um plano de ação. “Cabe ao hospital indicar um representante que tenha autoridade e autonomia para representar a alta direção, estabelecer adequações para oportunidades de melhorias”, afirma. Para o acompanhamento das melhorias implantadas, são estabelecidos 26 indicadores, baseados nos Indicadores do Qualliss e da ANAHP.

Equipes – “É um movimento em que todas as equipes participam, porque é uma ferramenta para estimular a qualidade, reduzir riscos, aumentar a segurança dos pacientes, dos profissionais e da instituição. Com o diferencial de estar adaptado à realidade brasileira”, completa. (Imprensa Unimed Paraná)

Fonte: Unimed Paraná