O maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe, com sede em Curitiba (PR), deu início a uma pesquisa clínica que, de forma inédita, vai testar o primeiro método mundial totalmente não invasivo para monitorização das variações de volume e pressão intracraniana na pediatria. A novidade é considerada um avanço na área da saúde por proporcionar a identificação ou confirmação de doenças com ainda mais qualidade e segurança. Antes, só era possível realizar esse controle por meio de uma cirurgia invasiva com inserção de um cateter no cérebro.

O dispositivo brain4care, criado pelo cientista Sérgio Mascarenhas e produzido pela healthtech de mesmo nome, permite que a equipe médica atue rapidamente no início do tratamento em casos de hipertensão intracraniana a partir da monitorização de maneira não invasiva. “Essa solução inovadora é indolor e eficaz para avaliar o estado clínico das funções cerebrais, auxiliando no tratamento e detecção de quadros de hipertensão intracraniana em traumas cranianos e tumores, por exemplo”, reitera Adriano Keijiro Maeda,      neurocirurgião do Pequeno Príncipe. A solução não requer medicação, preparação ou contrastes e isso permite que o intervalo de tempo de resultado também seja reduzido. O acompanhamento por meio do dispositivo qualifica o suporte à tomada de decisão.

O Pequeno Príncipe reforça o grupo de instituições renomadas com o qual a brain4care já realiza estudos, como USP, UFSCar, UNIFESP, Stanford University Medical School. O Pequeno Príncipe se junta a esse grupo para avançar no conhecimento e validar o uso desse equipamento em pacientes pediátricos, adotando protocolos específicos nos serviços do Hospital

“No Pequeno Príncipe, acreditamos que a inovação é uma oportunidade de descobrirmos soluções para facilitar a vida e o cuidado das pessoas. Somos uma instituição de alta complexidade e contar com tecnologias que favoreçam as melhores práticas para o diagnóstico e tratamento é imprescindível para mantermos a excelência na assistência aos nossos pacientes”, destaca o diretor técnico do Hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

O estudo com o Hospital Pequeno Príncipe está alinhado ao propósito da brain4care de ampliar o acesso a sua tecnologia, beneficiando o maior número de pessoas. “Essa parceria nos possibilita desenvolver protocolos específicos para o monitoramento não invasivo das variações de volume e pressão intracraniana em bebês. Com isso, médicos pediatras passarão a contar com esse dado diagnóstico para a tomada de decisão e acompanhamento de seus pacientes”, afirma o diretor científico da brain4care, Gustavo Frigieri. Segundo Frigieri, entre esses pacientes estão crianças acometidas por hidrocefalia, tumores, deformações no crânio, traumatismo, meningites etc.

O que é pressão intracraniana?

Pressão intracraniana ou PIC é a pressão exercida no crânio pelo tecido cerebral, o fluido cerebroespinhal e o sangue circulante do cérebro. Qualquer aumento do volume intracraniano, de sangue, como as hemorragias, alterações no parênquima cerebral como tumores e infartos cerebrais ou aumento da quantidade de líquor como nas hidrocefalias leva a um aumento da pressão dentro do crânio. Estas alterações podem causar cefaléia, vômitos, alteração da consciência, déficits neurológicos. A monitorização da pressão intracraniana é atualmente realizada por meio de um acesso cirúrgico através da calota craniana e colocação de cateter intracraniano.

Sobre o Pequeno Príncipe

A parceria com a healthtech brain4care é um dos projetos de inovação aberta do Pequeno Príncipe. Em 2020, a instituição criou o seu Escritório de Inovação com o intuito de potencializar a capacidade de inovar e manter o alinhamento com as melhores práticas do mercado.

Instituição filantrópica e sem fins lucrativos, o Hospital oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Possibilita desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Oferece atendimento em 32 especialidades, com equipes multiprofissionais especializadas e com 384 leitos – 68 em UTIs – destina cerca de 70% da sua capacidade de atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Hospital Pequeno Príncipe em 5 de fevereiro de 2021, conforme parecer nº 4.526.813.

Sobre a brain4care

Com o propósito de desafiar os limites da medicina para vivenciar histórias de saúde e felicidade, a brain4care é uma healthtech brasileira de impacto global que desenvolve e aplica tecnologia pioneira de monitoramento não invasivo das variações de volume/pressão dentro do crânio, também conhecida como complacência intracraniana (CIC). Sua missão é reduzir a dor e o sofrimento de milhões de pessoas estabelecendo um novo sinal vital, acessível a todos, em qualquer lugar, sempre que for preciso.

Escolhida pela Singularity University para ser acelerada, entre mais de 500 candidatas de todo mundo em 2017, a tecnologia brain4care oferece acesso universal à CIC, um indicador de saúde neurológica cujo comprometimento leva à disfunção cerebral, que é a primeira causa de invalidez e a segunda de mortes no mundo*. Em um contexto multimodal, permite que médicos e equipes melhorem a pertinência nos cuidados e a segurança do paciente, fornecendo informações adicionais que qualificam o diagnóstico, orientam a terapêutica e indicam a evolução dos distúrbios neurológicos.

Certificada pela Anvisa e disponível comercialmente no Brasil desde 2019, a tecnologia está presente em 14 instituições de saúde em todo país. No Brasil, a healthtech conta com escritórios em São Paulo e São Carlos, e nos Estados Unidos, em Atlanta.

(*) The global burden of neurological disorders – The Lancet Neurology

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe