O Hospital Pequeno Príncipe, em parceria com a Scoliosis Research Society (SRS) e a Back to Healing (BTH), promoveu a I Semana da Coluna Pediátrica, que reuniu médicos do Brasil e do exterior. Entre os dias 25 e 29 de outubro, os especialistas acompanharam atividades do Ambulatório de Ortopedia da instituição, conduziram discussões de casos clínicos de pacientes sindrômicos com escolioses de alto grau e participaram de cirurgias.

“Poucos médicos são especialistas em deformidade da coluna pediátrica no Brasil, por isso resolvemos promover uma semana de estudos para trocar experiências e técnicas. As doenças graves da coluna estão cada vez mais evidentes no público infantojuvenil, e essa especialização é muito importante para levar conhecimento para diversas áreas do país”, detalha o ortopedista Luis Eduardo Munhoz da Rocha, do Pequeno Príncipe, que coordenou a iniciativa.

As enfermidades da coluna que acometem crianças e adolescentes podem ter como causas distúrbios congênitos, do desenvolvimento, traumáticos e síndromes. O diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, além da melhora da qualidade de vida.

Entre os cases abordados no evento estiveram a escoliose idiopática de alto grau, síndrome de Ehlers-Danlos, neurofibromatose tipo 1 (NF1), síndrome de Marfan e síndrome de Down. “Nesse encontro, conseguimos juntar vários dos principais cirurgiões de deformidades de coluna pediátrica do Brasil de seis estados e do exterior, colocando o Pequeno Príncipe em um patamar de destaque da especialidade”, explica o também ortopedista da instituição Luiz Muller Avila.

Escoliose de início precoce

O caso de um menino de 3 anos foi um dos destaques do seminário. Com diagnóstico de escoliose de início precoce, a equipe médica optou pelo tratamento não invasivo Mehta, que inclui a colocação de gesso na coluna, deixando a espinha ereta e permitindo um crescimento saudável. O procedimento foi realizado no Centro Cirúrgico, com a criança anestesiada, possibilitando a correção da deformidade quando iniciada precocemente.

“O paciente tinha um grau de desvio da coluna de quase 70˚, e com essa técnica, realizada no Centro Cirúrgico, reduzimos para 30˚. A troca de gesso acontece a cada dois ou três meses e segue até conseguirmos uma curva de desvio abaixo de 15°, quando é passível colocar um colete”, informa Luis Eduardo.

O seminário

A iniciativa foi coordenada pelos médicos Luis Eduardo Munhoz da Rocha, ortopedista pediátrico especialista em coluna e integrante do corpo clínico do Hospital Pequeno Príncipe, Michael J. Fallon Jr. (Scoliosis Research Society), Marcus John (Back to Healing) e André Luiz Andujar (Hospital Joana de Gusmão).

A Scoliosis Research Society é a principal sociedade internacional destinada a promover atendimento para todos os pacientes com deformidades da coluna vertebral. Já a Back to Healing é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas afetadas pela doença por meio da saúde mental, capacitação, conscientização e educação.

“Foi um excelente modelo de curso, bem pensado e organizado para especialistas, com cirurgias complexas e bem executadas. Para mim, é sempre uma experiência ímpar e de grande crescimento profissional voltar ao Pequeno Príncipe, reencontrando amigos e a oportunidade de aprimorar os conhecimentos”, frisa o médico Anderson Fellipe Matos de Souza, que foi fellow em ortopedia na instituição em 2019 e 2020.

Serviço de Ortopedia do Pequeno Príncipe

Referência nacional, o Serviço de Ortopedia do Hospital Pequeno Príncipe está entre os maiores serviços de ortopedia pediátrica do Brasil. A especialidade conta com 15 cirurgiões, todos com formação no exterior, e abrange o diagnóstico e o tratamento de doenças relacionadas ao aparelho locomotor, que compreende os membros superiores, os membros inferiores e a coluna vertebral.

Em 2021, o serviço realizou 13.040 consultas, 17.249 procedimentos cirúrgicos, 853 procedimentos cirúrgicos de escoliose, 122 transplantes ósseos, além de 6.612 atendimentos de emergências ortopédicas.

Sobre o Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes. Atende em 35 especialidades, com equipes multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Conta com 378 leitos, 68 de UTI, e em 2021, mesmo com as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, foram realizados cerca de 200 mil atendimentos e 14,7 mil cirurgias que beneficiaram pacientes do Brasil inteiro.

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe