A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é uma doença crônica, rara, progressiva, de difícil diagnóstico e que pode ter um prognóstico terminal. Ela tem sinais e sintomas frequentes em outras doenças mais prevalentes, por isso é de difícil diagnóstico. Apesar de ser uma doença grave ainda sem cura, existe tratamento que ajuda a controlar o seu avanço e dar mais qualidade de vida ao paciente. Sem a terapia adequada, o paciente tem uma expectativa de sobrevida média de 2,8 anos, segundo o registro do NIH. E é pelo acesso a esse tratamento que os pacientes, médicos e familiares, estavam aguardando há quase 9 anos. Agora essa espera está perto do fim.

Acaba de ser publicado o novo Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) de HAP. Esse documento regula o tratamento dos pacientes no SUS, indicando toda a conduta de diagnóstico e acompanhamento. As terapias disponíveis hoje para HAP são medicamentos orais e inalatórios que visam dilatar os vasos sanguíneos nos pulmões, melhorar a circulação sanguínea no órgão e reduzir a pressão no coração. “Hoje utilizamos abordagens convencionais, como a oxigenoterapia e o uso de medicamentos anticoagulantes e/ou de diuréticos, de acordo com cada caso. Mas a evidência científica indica que a terapia combinada – também conhecida como terapia tripla – entre medicamentos de diferentes vias fisiopatológicas – é a forma mais adequada de manejar a HAP”, afirma Caio Fernandes, Professor de Pneumologia da Universidade de São Paulo e médico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Com a publicação do documento atualizado a grande conquista é que a terapia tripla passa a fazer parte do protocolo de tratamento da HAP pelo SUS. “Agora teremos um documento alinhado com as estratégias clínicas disponíveis e mais adequadas aos brasileiros com HAP, que terão acesso a opções terapêuticas mais recomendadas pelas orientações médicas nacionais e internacionais”, declara o especialista.

Além disso, a atualização do PCDT de HAP também garante a incorporação de selexipague no SUS. Ele é um medicamento indicado para o tratamento de longo prazo da doença que pode ser utilizado em terapia combinada ou em monoterapia, para pacientes que não se adequem a terapia tripla.

“Mais uma etapa importantíssima vencida para conquistar o acesso do paciente de HAP ao tratamento adequado. Outras etapas virão até que o medicamento chegue efetivamente a quem precisa, em um processo que passa a envolver tanto o Ministério da Saúde, quanto as Secretarias Estaduais de Saúde. Vamos continuar trabalhando junto a toda comunidade de HAP, para fazer valer esse direito do paciente, respeitando a sua jornada e garantindo a sua qualidade de vida. Para essas vidas, cada segundo importa”, finaliza Flávia Lima, presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Arterial Pulmonar e Doenças Correlatas – Abraf.

Entenda a doença

Falta de ar, dores no peito, tontura e coloração azulada na pele são sinais da doença que costuma levar, em média, desde o surgimento dos primeiros sintomas, 3 anos até a sua identificação. “Se não for tratada adequadamente, a HAP pode limitar a realização de atividades simples, como trocar de roupa ou pentear os cabelos, e nos casos mais graves, pode levar à falta de ar mesmo durante o repouso e morte”, afirma Caio. A doença afeta principalmente mulheres com idades entre 30 e 60 anos.

Ao longo desse período de espera pelo diagnóstico, os pacientes passam por diversas consultas com diferentes especialidades médicas, incluindo cardiologistas (especialistas em coração) e pneumologistas (especialistas em pulmão), antes de receberem um diagnóstico. “Para chegar ao diagnóstico, além da avaliação no consultório, é necessário realizar testes para avaliar o coração, como ecocardiograma, ou o pulmão, como a prova de função pulmonar, descartando outras doenças mais comuns, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico”, complementa o especialista.

A novo PCDT de HAP para o SUS já está disponível. Para mais informações CLIQUE AQUI

*Informações Assessoria de Imprensa

Fonte: Saúde Debate