O trabalho realizado pelo Paraná no monitoramento, análise de dados e prevenção das síndromes gripais é considerado um modelo de sucesso não só no País, mas também internacionalmente. Referência na área, a experiência do Paraná resultou na parceria com o Ministério da Saúde, Fiocruz e Centro de Controle de Prevenções em Doenças (CDC), de Atlanta, nos Estados Unidos.

O Estado também foi um dos locais indicados para a realização de uma oficina sobre o tema, organizado pela Secretaria estadual da Saúde e com a participação de profissionais reunindo das instituições parceiras. O encontro iniciou nesta quarta-feira, em Curitiba, e vai até sexta-feira (14), com visitas a unidades em Foz do Iguaçu, região Oeste.

O objetivo é a troca de experiências e alinhamento de estratégias de ação, com a apresentação dos fluxos de trabalho.

Uma das principais pautas da oficina é o trabalho é realizado nas unidades sentinelas para síndromes gripais. Elas fazem o monitoramento dos vírus em circulação, o que garante traçar o perfil epidemiológico de todo o território, assim como o perfil da população atingida.

De acordo com secretário da Saúde, Beto Preto, as unidades sentinela do Paraná são referência no Brasil e reconhecidas pelo Ministério da Saúde como modelo no trabalho de vigilância. “Fortalecemos nossa rede de coleta e identificação dos vírus. Essa estratégia nos confere excelência nessa área e nos dá suporte para a avaliação de dados e implementação de ações efetivas”, disse.

Os 34 postos de coleta espalhados nas várias regiões do Estado têm identificado periodicamente a circulação de diversos vírus, o que ajuda a traçar estratégias mais eficazes. “Temos de dividir essa conquista com todos, resultando em um trabalho robusto e que serve de exemplo no mundo”, complementou.

SENTINELA – As unidades funcionam junto aos centros médicos dos municípios e às unidades de pronto atendimento. Das 34 existentes, 13 foram implantadas em 2020, com o início da pandemia da Covid-19. Elas fazem o monitoramento dos vírus através da coleta (cinco amostras semanais), que é encaminhada para o Laboratório Central do Estado (Lacen-PR), em Curitiba, para análises e os resultados são enviados para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP/Ministério da Saúde). Caso não haja identificação do tipo do vírus, a amostra é compartilhada com a Fiocruz para a investigação.

Nessas unidades também estão incluídas o Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza em âmbito nacional. É por meio desse serviço que a vacina da gripe é atualizada anualmente – de acordo com cepas do vírus influenza mais comuns em circulação no País.

Para a assessora técnica da Coordenação Geral de Doenças Imunopreviníveis, do Ministério da Saúde, Walquiria Almeida, essa integração abrange uma vigilância permanente. “Estamos fazendo visitas aos estados e o Paraná nos serve de modelo no trabalho de vigilância das síndromes gripais. Isso traz muito conhecimento para se detectar os vírus e variantes circulantes no território nacional”, salientou.

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FRONTEIRA – A visita dos profissionais a Foz do Iguaçu e à unidade de fronteira do Estado para testes (Lafron) é para um maior conhecimento das demandas do município fronteiriço, do fluxo populacional turístico, dos dados epidemiológicos de fronteira e os desafios do monitoramento nesta região.

Pela primeira vez no Paraná, a epidemiologista do CDC de Atlanta, Hannah Lofgren, disse que está muito animada com a experiência, que, segundo ela, é uma grande oportunidade de integração. “Com a pandemia surgiu uma nova divisão no CDC, que acompanha e vê como funcionam os sistemas nos outros países. Temos essa parceria com o Ministério da Saúde, que nos auxiliou nesta visita”, informou.

“Estamos satisfeitos com esta oportunidade de colaborar e muito animados com este encontro, para ver as diferentes realidades existentes. Queremos conhecer e aprender como vocês trabalham”, finalizou.

CDC – O CDC é uma instituição do governo dos Estados Unidos responsável pelo combate a doenças. Atua em diversas frentes, como doenças transmissíveis, doenças não-transmissíveis, saúde global e segurança de vacinas. Ele responde às ameaças à saúde mais urgentes dos EUA, está sediado em Atlanta e possui especialistas também em vários locais do mundo.

PRESENÇAS – Participaram da abertura desta oficina a secretária Municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella; a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nars; a pesquisadora da Fiocruz, Paola Resende; a diretora do Lacen, Célia Cruz; técnicos do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) e profissionais de saúde.

Fonte: Sesa