Diabetes, obesidade, hipertensão e hábitos como sedentarismo e tabagismo podem agravar ou estimular uma doença que não tem nenhum sintoma aparente, a trombose venosa profunda (TVP). E até mesmo o que poderia ser uma diversão pode desencadear o problema: as viagens. “A TVP pode ser desencadeada quando a pessoa fica muito tempo sem movimentar-se, como é o caso de viagens prolongadas, especialmente aquelas acima de três horas. Aí, soma-se a isso, enfermidades, a exemplo o câncer, ou hábitos, como o tabagismo, ou o uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal”, explica o Dr. Guilherme Figueiró Ferronatto, cirurgião vascular do Hospital São Vicente, de Curitiba (PR).

A trombose é uma doença da circulação considerada grave, causada pela dificuldade da passagem do sangue pelos trombos. Eles normalmente surgem nos membros inferiores, especialmente na região da panturrilha, mas, também podem ocorrer nos membros superiores.

Sem sintomas aparentes, Dr. Ferronatto esclarece que nem o exame clínico é suficiente para o diagnóstico. “A TVP costuma não apresentar alertas preditores de seu surgimento e quando os sintomas aparecem ela já está instalada”, salienta e esclarece: “Muitas vezes, o diagnóstico só é realizado com a investigação por exames de imagem como o Doppler Vascular.”

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a média por ano é de 60 casos para 100 mil habitantes. E um fator agravante é que pode ser fatal. “É uma das grandes causas de mortalidade e principalmente morbidade, ou seja, suas sequelas geram transtornos a longo prazo. A complicação, que pode levar à morte, ocorre quando o coágulo se solta e se aloja no pulmão, obstruindo uma artéria, o que é chamado de embolia pulmonar”, explica o médico.

A TVP é uma doença que atinge igualmente homens e mulheres, sendo mais comum a partir dos 40 anos. Com o avanço da idade, a estatística aumenta consideravelmente, ocorrendo de 300 a 500 casos por ano para 100 mil habitantes entre 70 a 79 anos.

Tratamento

As chamadas meias de compressão são indicadas para casos de viagens ou mesmo no tratamento, acrescido de medicamento para evitar a coagulação do sangue. “É importante ressaltar que para fazer uso dessas meias é preciso antes consultar um médico para a devida avaliação e não comprar por conta”, afirma. Ele explica que a meia faz a compressão das veias superficiais, que contribui para o fluxo sanguíneo.

Ele orienta que o paciente precisa fazer acompanhamento com mais de uma especialidade médica: para tratamento de crises com o cirurgião vascular; o pneumologista para casos de embolia pulmonar; o cardiologista que irá averiguar possíveis danos ao coração e, em situações muito específicas, com o hematologista para investigação se a origem do problema for genética.

Fonte: Hospital São Vicente